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Lula: "Se eu for presidente, não haverá garimpo em terras indígenas"

Lula: “Se eu for presidente, não haverá garimpo em terras indígenas”

Lula: “Se eu for presidente, não haverá garimpo em terras

Em entrevista nesta quinta-feira (10/3), ex-presidente culpou ainda a Lava-Jato e as privatizações pela alta nos preços de combustíveis no país…

Por Victor Correia/via Correio Brasiliense

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da (PT) enfatizou nesta quinta-feira (10/3) que não haverá mineração em caso seja eleito à Presidência da República este ano. A fala foi em resposta à aprovação do pedido de urgência ao PL 191/20, que dispõe sobre o tema, pela Câmara dos Deputados na quarta (9).

“Se eu for presidente da República, não haverá garimpo em terras indígenas e ponto pacífico. Nós não temos que importuná-los [os indígenas], temos que dar a eles o direito de viver decentemente”, afirmou.

Em entrevista à Rádio Itatiaia, de , Lula culpou ainda a operação Lava-Jato e a privatização da Distribuidora BR — ocorrida em junho de 2021 — pela alta no preço dos combustíveis.

“A Lava-Jato não teve outra tarefa senão a de prestar contas ao departamento de dos EUA e tentar destruir a indústria de óleo e gás nesse país”, disse o petista. “Esse tinha uma grande distribuidora que foi privatizada e agora você tem mais de 400 empresas importando gasolina ao preço de dólar quando nós temos autossuficiência e produzimos em reais”, continuou.

Aliança

Lula confirmou que pretende conversar com o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), sobre a possibilidade de uma aliança assim que Kalil anunciar sua candidatura ao governo de Minas Gerais e deixar seu cargo atual.

Citando o candidato do PT à prefeitura de Belo Horizonte em 2020, Nilmário Miranda — que alcançou apenas 1,88% dos votos —, Lula defendeu a aproximação com outros partidos como estratégia para o pleito de 2022. “Nós já fizemos uma situação, na minha opinião, vexatória lançando candidato quando seria melhor ter construído logo uma aliança com o Kalil. Se não temos condições de ter candidatura própria, temos que reconhecer e procurar com quem fazer aliança”, reforçou.

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

revista 119

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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