A estátua que homenageia o líder seringueiro e ambientalista Chico Mendes em Rio Branco, no Acre, foi derrubada e vandalizada na última sexta-feira (3). A estrutura, que fica na Praça dos Povos da Floresta, está depredada e, até a noite deste sábado (2), permanecia tombada no chão.
Familiares de Chico Mendes, assassinado em 1988 por defender a preservação da Amazônia, vêm denunciando o descaso do poder público com relação à memória do líder seringueiro, considerado mundialmente uma das maiores referências da causa ambiental.
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“Espero que o poder público investigue e tome as providências contra essa depredação não só ao patrimônio público, mas histórico e cultural de nosso País, estamos falando da imagem simbólica do Patrono do Meio Ambiente Brasileiro. Não tomar nenhuma medida confirma a disposição do atual governo de continuar agindo para o apagamento do símbolo maior do Estado do Acre”, escreveu, através das redes sociais, Angela Mendes, filha de Chico Mendes.
O ex-presidente Lula (PT), que foi companheiro de lutas de Chico Mendes, usou as suas redes sociais para se pronunciar sobre a vandalização da estátua. Para o líder petista, querem apagar a memória de Mendes, mas não terão sucesso.
“Assassinaram Chico Mendes e isso não matou suas ideias. Os que vandalizaram sua estátua em Rio Branco também tentam apagar sua memória, mas também não terão sucesso”, escreveu o pré-candidato do PT à presidência da República.
Em nota divulgada neste sábado (2), a Polícia Civil do Acre informou que já deu início a diligências para identificar os autores da depredação da estátua de Chico Mendes. Uma perícia técnica foi realizada no local. A estrutura, no entanto, permanece tombada no chão.
Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana do mês. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN Linda Serra dos Topázios, do Jaime Sautchuk, em Cristalina, Goiás. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo de informação independente e democrático, mas com lado. Ali mesmo, naquela hora, resolvemos criar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Um trabalho de militância, tipo voluntário, mas de qualidade, profissional.
Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome, Xapuri, eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás de grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).
Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, praticamente em uma noite. Já voltei pra Brasília com uma revista montada e com a missão de dar um jeito de diagramar e imprimir.
Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, no modo grátis. Daqui, rumamos pra Goiânia, pra convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa para o Conselho Editorial. Altair foi o nosso primeiro conselheiro. Até a doença se agravar, Jaime fez questão de explicar o projeto e convidar, ele mesmo, cada pessoa para o Conselho.
O resto é história. Jaime e eu trilhamos juntos uma linda jornada. Depois da Revista Xapuri veio o site, vieram os e-books, a lojinha virtual (pra ajudar a pagar a conta), os podcasts e as lives, que ele amava. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo a matéria.
Na tarde do dia 14 de julho de 2021, aos 67 anos, depois de longa enfermidade, Jaime partiu para o mundo dos encantados. No dia 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com o agravamento da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.
É isso. Agora aqui estou eu, com uma turma fantástica, tocando nosso projeto, na fé, mas às vezes falta grana. Você pode me ajudar a manter o projeto assinando nossa revista, que está cada dia mió, como diria o Jaime. Você também pode contribuir conosco comprando um produto em nossa lojinha solidária (lojaxapuri.info) ou fazendo uma doação via pix: contato@xapuri.info. Gratidão!
Zezé Weiss
Editora
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