Procura
Fechar esta caixa de pesquisa.

Lula sobre Glenn: “Maior perseguição a um jornalista”

sobre Glenn: “Maior perseguição a um jornalista na do

Em entrevista à rádio Itatiaia, de Minas Gerais, ex-presidente disse que, em sua opinião, Moro quer se candidatar às eleições de 2022
Por Redação/ Capital

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da (PT) repudiou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o jornalista Glenn Greenwald e acusou os membros do governo do presidente Jair Bolsonaro de agirem como “ditadores” para calar a imprensa. As declarações ocorreram em entrevista à rádio Itatiaia, de Minas Gerais.

Na terça-feira 21, o editor do site The Intercept Brasil foi denunciado pelo MPF no âmbito da Operação Spoofing, que investiga o hackeamento de celulares de autoridades. Perguntado sobre sua visão em relação à denúncia, o ex-presidente cobrou que o MPF e o ministro da e , Sergio Moro, se expliquem à população sobre o caso.

“É o maior ato de perseguição a um jornalista que eu tenho conhecimento na história do Brasil. Ou seja, ao invés de o Ministério Público se explicar para a opinião pública, ao invés do Moro se explicar à opinião pública, eles resolvem tentar, como todos os ditadores, calarem aqueles que denunciam, aqueles que gritam, aqueles que não aceitam o abuso”, opinou o petista.

Lula afirmou ainda que Greenwald “prestou um grande serviço à democracia e à imprensa brasileira” e que os órgãos ligados à Operação Lava Jato “não querem que a saiba das mentiras que eles contaram”.

“Está acontecendo no Brasil, hoje, tudo aquilo que nós denunciávamos na minha defesa. Quando o Intercept surge, seis meses atrás, fazendo as denúncias das gravações que o Glenn teve acesso, aquilo veio apenas referendar e confirmar tudo aquilo que tínhamos escrito na minha defesa”, disse.

Na opinião do petista, Moro quer estar entre os candidatos à eleição presidencial em 2022. Sobre uma eventual candidatura do PT, Lula disse que ainda não sabe se vai entrar na disputa.

Eu acho que o Moro quer estar [entre os candidatos]. A denúncia contra mim é o pretexto mais forte de que ele [Moro] já era político naquela época. De que a toga só valeu para acobertar as mentiras que ele contou”, disse. “Eu não sei se eu vou ser candidato, porque eu tenho 74 anos de idade, daqui a três anos vou estar com 77, tem muita gente nova surgindo. A única coisa que eu quero é continuar tentando aumentar o nível de consciência da sociedade brasileira.”
Lula foi a Belo Horizonte, capital mineira, para participar de atividades que marcam o primeiro ano do rompimento da Barragem I, na Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). A tragédia deixou 259 mortos e 11 desaparecidos. É a primeira passagem do ex-presidente no após sua soltura, em 8 de novembro de 2019.
Fonte: Carta Capital
[smartslider3 slider=27]

[smartslider3 slider=43]
 

 

 

 

 

Deixe seu comentário

UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

PARCERIAS

CONTATO

logo xapuri

posts relacionados

REVISTA

[instagram-feed]