Lula sobre Glenn: “Maior perseguição a um jornalista na história do Brasil”
Por Redação/Carta Capital
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) repudiou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o jornalista Glenn Greenwald e acusou os membros do governo do presidente Jair Bolsonaro de agirem como “ditadores” para calar a imprensa. As declarações ocorreram em entrevista à rádio Itatiaia, de Minas Gerais.
Na terça-feira 21, o editor do site The Intercept Brasil foi denunciado pelo MPF no âmbito da Operação Spoofing, que investiga o hackeamento de celulares de autoridades. Perguntado sobre sua visão em relação à denúncia, o ex-presidente cobrou que o MPF e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, se expliquem à população sobre o caso.
“É o maior ato de perseguição política a um jornalista que eu tenho conhecimento na história do Brasil. Ou seja, ao invés de o Ministério Público se explicar para a opinião pública, ao invés do Moro se explicar à opinião pública, eles resolvem tentar, como todos os ditadores, calarem aqueles que denunciam, aqueles que gritam, aqueles que não aceitam o abuso”, opinou o petista.
Lula afirmou ainda que Greenwald “prestou um grande serviço à democracia e à imprensa brasileira” e que os órgãos ligados à Operação Lava Jato “não querem que a sociedade saiba das mentiras que eles contaram”.
“Está acontecendo no Brasil, hoje, tudo aquilo que nós denunciávamos na minha defesa. Quando o Intercept surge, seis meses atrás, fazendo as denúncias das gravações que o Glenn teve acesso, aquilo veio apenas referendar e confirmar tudo aquilo que tínhamos escrito na minha defesa”, disse.
Na opinião do petista, Moro quer estar entre os candidatos à eleição presidencial em 2022. Sobre uma eventual candidatura do PT, Lula disse que ainda não sabe se vai entrar na disputa.
Lula foi a Belo Horizonte, capital mineira, para participar de atividades que marcam o primeiro ano do rompimento da Barragem I, na Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). A tragédia deixou 259 mortos e 11 desaparecidos. É a primeira passagem do ex-presidente no estado após sua soltura, em 8 de novembro de 2019.