Lurian Lula: É muita dor, é dor demais, tudo o que olhamos nos remete à voz de nossos ausentes
Tá difícil demais… Acho que nossa família deveria adotar “Resistência” como sobrenome… A voz dos ausentes dilacera nossa memória.
Existe um Brasil condoído que, desde o momento em que soube da morte do netinho do Lula, se colocou solidário ao lado da família Lula da Silva. são milhares e mihares de pessoas que rezaram, prostestaram, choraram e seguem chorando com Lula a dor da partida do Arthur, a dor de ver Lula injustamente privado de liberdade. É muita gente sem saber o que fazer, sem poder fazer nada ante esta terrível situação. E essa tristeza, essa dor se torna mais terrível quando, por exemplo, lemos o relato da Lurian, publicado pelo Jornalistas Livres.
A VOZ DOS AUSENTES
“Estar por aqui sem ouvir a voz do Arthur ou a voz do meu pai é uma dor imensurável! Acho que nossa família deveria adotar “resistência” como sobrenome… Tá difícil demais, mesmo, tudo o que olhamos remete aos ausentes, não há palavras de conforto que nos dê paz…. Como ir ao supermercado sem o nosso anjo pra pedir KitKat… Como abrir a primeira cerveja do dia, sem o Seu Lula aqui, pra iniciar os trabalhos… A voz dos ausentes dilacera nossa memória, não tem como estar aqui sem pensar em todos…. É muita dor, é muito desespero, uma saudade dos tempos onde ficávamos todos juntos, e que nada trará de volta… Todos os planos da vida paralisados… Sem qualquer perspectiva de ser feliz…. Tá bem difícil, tá foda...”
Lurian Silva, filha de Lula.
Arthur Araújo Lula da Silva, você agora faz parte dos mistérios do infinito. Que venha de você muita luz e muita energia boa para serenar o coração e aplacar a dor de seus familiares. Oxalá cada um de nós, também por você, transforme nosso luto em luta para garantir que seu vovô seja, em breve, muito breve o #LulaLivre.
Lurian, querida, força e luz. Força e luz pra você e toda sua família de luta e Resistência. Um dia desses essa dor sem tanto haverá de acaber. Um dia desses ainda haveremos de ver a “a volta do cipó de aroeira, no lombo de quem mandou dar.”
Luiz Inácio, lembre-se da lição de dona Lindu: Tem que teimar!
Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.
Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.
Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).
Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.
Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.
Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.
Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.
Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.
Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.
Zezé Weiss
P.S. Você que nos lê pode pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapui.info. Gratidão!
Usamos cookies em nosso site para oferecer a você a experiência mais relevante, lembrando suas preferências e visitas repetidas. Ao clicar em "Aceitar", você concorda com o uso de TODOS os cookies.
Este site usa cookies para melhorar a sua experiência enquanto navega pelo site. Destes, os cookies que são categorizados como necessários são armazenados no seu navegador, pois são essenciais para o funcionamento das funcionalidades básicas do site. Também usamos cookies de terceiros que nos ajudam a analisar e entender como você usa este site. Esses cookies serão armazenados em seu navegador apenas com o seu consentimento. Você também tem a opção de cancelar esses cookies. Porém, a desativação de alguns desses cookies pode afetar sua experiência de navegação.
Os cookies funcionais ajudam a realizar certas funcionalidades, como compartilhar o conteúdo do site em plataformas de mídia social, coletar feedbacks e outros recursos de terceiros.
Os cookies de desempenho são usados para compreender e analisar os principais índices de desempenho do site, o que ajuda a fornecer uma melhor experiência do usuário para os visitantes.
Cookies analíticos são usados para entender como os visitantes interagem com o site. Esses cookies ajudam a fornecer informações sobre as métricas do número de visitantes, taxa de rejeição, origem do tráfego, etc.
Os cookies de publicidade são usados para fornecer aos visitantes anúncios e campanhas de marketing relevantes. Esses cookies rastreiam visitantes em sites e coletam informações para fornecer anúncios personalizados.
Os cookies necessários são absolutamente essenciais para o funcionamento adequado do site. Esses cookies garantem funcionalidades básicas e recursos de segurança do site, anonimamentey.