Macacos

O macaco, mais uma vítima da febre amarela!

O macaco, mais uma vítima da febre amarela!

Ao contrário do que muita gente pensa, os macacos não são transmissores da febre amarela, são apenas mais uma vítima. Após muitos casos da doença serem relatados em macacos pelo Brasil, eles passaram a enfrentar grande perseguição por parte das pessoas que, por falta de informação e por medo, buscam eliminar os macacos de sua região, usando armas, venenos em comidas e até mesmo paus e pedradas na direção dos .

Por Izalete Tavares 

Além dos macacos, os seres humanos também estão sendo afetados pelo vírus e alguns casos de já foram registrados esse ano no Brasil. Mas, ao contrário de nós, os macacos não contam com a proteção de uma vacina e são extremamente sensíveis ao vírus. Por isso, muitas do animal ocorrem onde a febre amarela está mais concentrada. Suas mortes nos mostram para onde o vírus avança.

Até o momento, o bugio (no Espírito Santo, já morreram mais de 1.100 macacos, principalmente bugios.) é o macaco mais atingido pela febre amarela, mas não é a única espécie que está sofrendo com o vírus.

Os verdadeiros vilões por trás da febre amarela são os mosquitos Aedes aegypti, o mesmo mosquito que transmite a dengue na zona urbana e mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, que   transmitem o vírus na zona rural e silvestre. Além disso, o desmatamento, a falta de cuidado com o também contribui para que desastres como esse sejam cada vez mais comuns.

Agora que todos estão informados, vamos cuidar de nossos macacos! Eles também são vítimas e sofrem como nós. Sem os macacos em nosso ecossistema, enfrentaríamos um verdadeiro caos, pois eles são extremamente importantes para o bom funcionamento de nosso meio ambiente.

Lembre-se de tomar sua vacina. Ela, agora,  é válida por toda a vida e já pode ser tomada nos primeiros seis meses de vida. Mas, antes, cheque se você pode tomá-la ou não. Algumas pessoas são alérgicas. Para mais informações, procure uma unidade de da sua região.

macacos2Foto: Izalete Tavares

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!