Marinaleda é um município da Espanha na província de Sevilha, comunidade autónoma da Andaluzia, de área 25 km² com população de 2670 habitantes (2007) e densidade populacional de 108,60 hab/km².
Cidade predominantemente agrícola é conhecida por sua experiência social baseada em uma ideologia de Esquerda liderada por Juan Manuel Sánchez Gordillo, prefeito do município de 1979 e pertencente à CUT-BAI (Colectivo Unitário de Trabalhadores – Bloco Andaluz de Esquerda).
A luta de trabalhadores organizados e os camponeses têm conseguido um alto índice de desenvolvimento e de emprego, praticamente a totalidade de seus habitantes. O desenvolvimento de um modelo econômico Socialista, com resultados notáveis, mesmo durante a crise econômica de 2008-2012
A resistência da esquerda na Espanha se notabilizou desde a década de 30 pelos conflitos bélicos da Guerra Civil Espanhola. Porém, o país sofreu com a ditadura de Francisco Franco, que viria a acabar somente na década de 70. Em meio a isso, uma cidade agrária hispânica a qual denomina-se Marinaleda, onde situam-se cerca 3000 habitantes, conviveu com uma ampla reforma a qual o próprio país também estava subordinado, deixando de lado as chagas do franquismo.
Com a redemocratização da Espanha e a abertura de sindicatos nos campos, os camponeses de Marinaleda iniciaram a reforma agrária em fins dos anos 70 com a tomada de dois latifúndios estabelecidos no governo anterior. Em 1979 o professor e sindicalista Juan Manuel Sánchez Gordillo elegeu-se prefeito e promoveu diversas mudanças no cenário do município. As ruas que outrora exaltavam os militares passaram a homenagear nomes como Che Guevara e Salvador Allende.
Rua Utopia em Marinaleda
Ao longo dos anos, outras fazendas foram sendo ocupadas, o que gerou diversas ações judiciais e ao mesmo tempo a conquista de hectares por parte dos trabalhadores do campo. Na década de 90 criaram-se as cooperativas e fábricas que corroboraram o desenvolvimento da jurisdição da Andaluzia. A partir de 2008, a crise econômica gerada pelos EUA, diversos países da UE foram prejudicados, inclusive na própria Andaluzia, onde as taxas de desemprego batiam 30%. Marinaleda porém seguia estável na empregabilidade.
As cooperativas costumam ter 400 pessoas trabalhando, e o salário gira em torno de 1200 euros, mesma quantidade recebida por servidores públicos da cidade. O salário dos trabalhadores em geral, independente de cargo é de 47 euros por jornada de trabalho, visto que cada jornada gira em torno de 35 horas semanais. Quanto a moradia, a cidade foi na contramão das imobiliárias e por 15 euros ao mês pode-se obter residência, pois foram construídas 350 habitações de forma cooperativa.Isso tudo se deve a gestão de Gordillo como prefeito, que em 1991 conseguiu em parceria com o governo estadual da Andaluzia um lote de 1200 hectares de terra improdutiva, que pertencia a fazenda El Humoso. Dali em diante deu-se início a empreitada, que hoje possui trabalhadores atuando na lavoura e na indústria.O Conselho da Cidade possui onze vereadores, sendo nove deles do IULV-CA (Izquierda Unida Los Verdes- Convocatoria por Andalucia) e dois do PSOE (Partido Socialista Obrero Español). Por meio de assembleias, os políticos tomam suas decisões e o sindicato é que define. Bairro por bairro eles vão atendendo as necessidades da população.
Esta aldeia andaluza não conhece o desemprego e prospera à sombra da sua cooperativa agrícola.
Fontes: VOXeurop Observador Wikipédia
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