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MDHC apoia cientistas e pesquisadores ameaçados no Brasil

MDHC apoia cientistas e pesquisadores ameaçados no Brasil

Associações, entidades e movimentos sociais integram a Rede Irerê de Proteção à Ciência, organização da sociedade civil recebida nesta quinta-feira (31) pela secretária-executiva do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, Rita Oliveira

Por Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC)/Agência Gov

A secretária-executiva do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, Rita Oliveira, articulou nesta quinta-feira (31) ações pela proteção de pesquisadores ameaçados ou que tiveram seus direitos violados especialmente durante o recente período de negacionismo científico que ameaçou os avanços da democracia brasileira. Com a presença do secretário-executivo adjunto do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marcelino Granja, os gestores receberam o secretário-geral da Rede Irerê de Proteção à Ciência, Vicente de Almeida.

O objetivo central da agenda, nas palavras de Rita Oliveira, foi abrir diálogo em defesa de pesquisadores ameaçados no sentido da proteção, reparação e não repetição de intervenções políticas que acometeram a agenda científica brasileira ao longo da última gestão governamental.

“Discutimos sobre políticas para reparar pesquisadores, retomar pesquisas interditadas durante esse período e já pensar em uma perspectiva de políticas de não repetição dessas mazelas, pensando sempre na dimensão da ciência como direito humano”, defendeu a secretária-executiva do MDHC.

União de esforços

A expectativa é de que, em uma ação conjunta, o MDHC envolva instituições e setores do governo como o Ministério da Educação (MEC), universidades brasileiras e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde (MS), além do MCTI, presente na agenda. De acordo com Rita Oliveira, esta é uma oportunidade para pensar e traçar estratégias para uma agenda ampla de reparação, proteção e não repetição.

Fundada em 2020, a Rede Irerê de Proteção à Ciência é composta de entidades, organizações e movimentos sociais que se articulam em defesa dos direitos daqueles que foram ameaçados pelo negacionismo científico. Como porta-voz do organismo, o secretário-geral, Vicente de Almeida, apontou que o encontro indica a qualificação e ampliação do debate na sociedade sobre a importância de proteger pesquisadores e cientistas ameaçados.

“Essa articulação junto ao MDHC e MCTI foi fundamental, pois é um tema transversal que precisa ser tratado adequadamente na esfera do Poder Executivo. Precisamos de ações reparadoras que deem conta, por exemplo, da readmissão de pesquisadores que foram demitidos nos governos anteriores”, disse Vicente sobre uma das demandas da classe científica.

A ampliação e qualificação do debate na sociedade também surgem como sinalizações da articulação feita no encontro. Outra expectativa da Rede Irerê após o encontro é a implementação de uma integração de movimentos sociais que subsidiem órgãos de governo na elaboração e execução de ações e políticas de reparação e prevenção da violência cometida contra cientistas no Brasil.

Sobre a Rede Irerê

A Rede Irerê é formada pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), a Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), a Associação Brasileira de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (ABRASTT), a Frente Ampla em Defesa da Saúde dos Trabalhadores e Trabalhadoras, o Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (ASFOC-SN), a ONG Terra de Direitos, a Rede de Médicas e Médicos Populares, o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST), o Fórum Nacional de Combate aos Agrotóxicos e o Movimento Ciência Cidadã, entre outras organizações.

Fonte: Agência Gov Capa: Reprodução/MDHC


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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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