As medidas emergenciais para o Meio Ambiente apontadas pelo gabinete de transição de Lula Grupo de Trabalho apresentou relatório preliminar e concedeu entrevista coletiva em que tratou dos principais desafios para a área ambiental no futuro governo Lula...

Medidas emergenciais para o Meio Ambiente

As medidas emergenciais para o apontadas pelo gabinete de transição de

Grupo de apresentou relatório preliminar e concedeu entrevista coletiva em que tratou dos principais desafios para a área ambiental no governo Lula…

Por Eduardo Meirelles/via Fórum

O Grupo de Trabalho (GT) responsável pelo Meio Ambiente no gabinete de transição realizou, na tarde desta quarta (30), uma entrevista coletiva no auditório do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em , e apresentou relatório preliminar.

O ex-ministro do Meio Ambiente Carlos Minc afirmou que a nova gestão terá maior atuação na aliança BIC (Brasil, Indonésia e República Democrática do Congo), grupo dos três países detentores das maiores tropicais do . Minc também anunciou que a pasta voltará a utilizar imagens de satélites e drones para fiscalizar e punir fazendeiros que desmataram. Segundo ele, a medida derrubará drasticamente a prática irregular já no primeiro trimestre do próximo ano.

O ex-governador Jorge Viana (PT-AC) pontuou quatro questões emergenciais apresentadas no . São eles: 1 – a volta do protagonismo brasileiro na preservação do meio ambiente; 2 – questões orçamentárias; 3 – parte organizacional do ministério, que deve ter sua composição anunciada na próxima semana, ou após a diplomação da chapa Lula-Alckmin; 4 – revogar e/ou alterar textos de decretos publicados pelo governo de Jair Bolsonaro.

Marina Silva (Rede-SP), deputada federal eleita e cotada ao comando da pasta, disse suspeitar que grupos criminosos intensificaram ações após a vitória de Lula para aproveitar os últimos momentos “de não punição”. A ex-ministra do Meio Ambiente afirmou que tem feito um diálogo internacional com organizações interessadas em financiar o combate ao no Brasil, que poderiam fazer suas contribuições para órgãos como o ICMBio e governos estaduais para “suprir o rombo orçamentário” deixado por Bolsonaro. “A cooperação é bem-vinda, mas não é mais na base da chantagem”, afirmou.

Também participaram da entrevista o coordenador dos Grupos Técnicos, Aloizio Mercadante, e a ex-ministra Izabella Teixeira. Foi dito na entrevista que o Ibama atua apenas com um quinto da capacidade de pessoas em campo para combate ao desmatamento, dando a entender que seria necessária a contratação de mais profissionais para suprir a demanda. Outro grande desafio anunciado é o destino que a pasta dará para os mais de 35 mil garimpeiros que estão ilegalmente em .

Assista à íntegra da entrevista coletiva

 
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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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