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Merecido Prêmio para Salles:’Exterminador do Futuro’

Merecido Prêmio para Salles:’Exterminador do Futuro’

Ricardo Salles recebe prêmio ‘Exterminador do Futuro’ em audiência pública na Câmara dos Deputados

O dia começou com uma manifestação pacífica e muito bem humorada de um coletivo de jovens pelo clima, na Câmara dos Deputados, em Brasilia.

Durante audiência pública da Comissão de e Sustentável, um rapaz se aproximou do ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, que estava ao lado do presidente da sessão, e entregou o Prêmio Exterminador do Futuro.

Rapidamente foi tirado de perto do ministro por um , mas ainda conseguiu voltar para enfatizar o nome do prêmio e dizer que era dedicado a Salles. Foi levado por seguranças para fora da sala.

Bastante merecida a honraria já que, desde que assumiu o Ministério do Meio Ambiente, o homenageado tem desestruturado os órgãos de fiscalização e controle do desmatamento e de queimadas, ajudando a promover o desmatamento. E não só: sua gestão tem deixado claro sua intenção de explorar de forma insustentável as (UC) e terras , ou seja, as áreas protegidas do país. Além disso, tem se empenhado em desqualificar órgãos de monitoramento do desmatamento como o Inpe, tendo apoiado a decisão de Bolsonaro de afastar o diretor do instituto porque “não estava colaborando com o governo”.

Salles também desrespeitou e minou a parceria de anos com os países doadores do Fundo Amazônia, aplicado em projetos de , que colaboravam para manter a floresta em pé. E também para implementar as brigadas de incêndio por ocasião das queimadas anuais. O ministro fez mudanças no conselho gestor e também propôs outros usos para as doações. Como estavam satisfeitos com a gestão realizada desde sua criação, em XXX, e não concordaram com os novos rumos que o governo Bolsonaro queria dar ao dinheiro, ambos interromperam as doações.

Recentemente, Salles esteve na Europa e se reuniu com os representantes do fundo na Alemanha, certo de que conseguiria reverter a situação. Mas manteve o discurso de que existe “sensacionalismo de informações que não são corretas sobre a situação ambiental brasileira”. Quanta prepotência! Voltou para casa, derrotado.

Em seu Instagram, a federal Fernanda Melchiona destacou que o homenageado “faz parte do clube dos negacionistas e que propaga teorias conspiratórias para atacar a Ciência e seguir com sua política de devastação ambiental“. Infelizmente, esse é o cenário.

O criador do prêmio

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Prêmio Exterminador do Futuro é uma criação do artivista (artista ativista) Mundano, super engajado em temas ambientais e defensor dos catadores de materiais recicláveis. Entre os projetos que o tornaram conhecido (e querido) do público estão o Pimp My Carroça – que reforma as carroças (‘dá uma pimpada”) dos catadores pelo Brasil – e o premiadíssimo aplicativo Cataki, o Tinder da , que conecta quem separou materiais que podem ser reciclados do catador mais próximo. Na foto acima, ele está à Ele recebeu dois prêmios: de inovação e impacto social por voto popular e de inovação digital.

Em seu Instagram, Mundano celebrou a manifestação e a entrega do prêmio, chamando o ministro Salles de “Sinistro Salles” por causa de um perfil irônico, na mesma rede social, que registra todas as suas decisões a favor da destruição do meio ambiente no país, e a favor do , da mineração, do mercado, em resumo.

Fonte: Conexão Planeta

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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