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Ministério quer desenvolver cadeia de suprimentos para geração de energia renovável

Ministério quer desenvolver cadeia de suprimentos para geração de energia renovável

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) está traçando projetos para garantir a autonomia na cadeia de suprimentos de energias renováveis, afirmou o secretário adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Industrial do MDIC, Felipe Machado.

Por Millena Brasil/Agência EPBR

“A ideia é livrar essa dependência e vulnerabilidade, o que não é diferente do que os países, como os Estados Unidos e a União Europeia, estão fazendo”, explicou o secretário.

Apesar do grande potencial em energias renováveis, o Brasil ainda carece de equipamentos industriais, importando a maior parte dos maquinários voltados à produção, segundo o entendimento da pasta.

A dependência de suprimentos externos traz imprevisibilidade aos investimentos, o que pode prejudicar a expansão da matriz energética brasileira e o alcance das metas estabelecidas pelo país.

Enquanto isso, o cenário internacional é de desenvolvimento e, principalmente, disputa pelo domínio da tecnologia com foco na transição energética.

Com incentivos próprios, a China lidera a produção mundial de turbinas, baterias para eólicas, entre outros componentes para painéis solares, por exemplo.

Machado defende que, para avançar na corrida mundial pela reindustrialização verde, o Brasil deve rever seus “paradigmas tecnológicos”. É o que o MDIC, de Geraldo Alckmin (PSB), tenta reverter.

“O Brasil não tem o direito de ficar para trás porque é privilegiado nesse aspecto”, disse o secretário.

Ele acredita que o país conta com recursos estratégicos para consolidar um mercado competitivo de suprimentos.

“Tem um território imenso, litoral extenso, boa incidência de energia solar, histórico de políticas públicas na área de energias renováveis e minerais em boa quantidade”, mencionou.

Questionado sobre o planejamento de políticas voltadas à descarbonização na indústria, o secretário comentou que o uso de energia limpa na matriz produtiva pode ser mais viável financeiramente no futuro.

“No momento de transição para as tecnologias alternativas, essa energia tende a ser mais cara, mas pode diminuir com o tempo e serem competitivas com as energias tradicionais”. A economia de baixo carbono é uma das agendas prioritárias do MDIC.

No final de maio, a pasta deve relançar o Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), com o objetivo de elaborar – em conjunto com a sociedade civil e setor privado – as novas diretrizes de uma política industrial para os próximos anos.

Felipe Machado participou nesta terça (9/5) de audiência na Comissão de Indústria, Comércio e Serviços na Câmara dos Deputados.

Abertura para importações

Nesta terça (9/5), com o objetivo de reduzir custos aos investimentos produtivos, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) zerou os impostos de importação até 31 de dezembro de 2025. A medida vale para um conjunto de bens cuja alíquota média é de 11%.

Serão realizados investimentos em mais de 40 setores da economia, com ênfase em indústrias como metalurgia, eletricidade e gás, fabricação de veículos automotores, máquinas e equipamentos, além de celulose, papel e produtos de papel.

Cerca de 80% dos equipamentos que terão redução tarifária, serão importados dos Estados Unidos, China, Alemanha e Itália, pois não há produção nacional nesses casos.

A justificativa do MDIC para a isenção de impostos é ausência de oferta doméstica dos produtos.

Millena Brasil – Jornalista. Fonte: Ecoa. Foto: PxHere. Este artigo não representa a opinião da Revista e é de responsabilidade do autor.

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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