Miriam, Globo e o presidente – tudo a ver

Miriam, Globo e o presidente – tudo a ver

E até Miriam Leitão, no Globo, diz que Bolsonaro é débil mental

A jornalista Miriam Leitão, do Globo, afirmou em sua coluna deste domingo (12) que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem debilidade mental.

Ao discorrer sobre as grosserias do capitão com os profissionais da imprensa, a jornalista da TV Globo questionou a capacidade cognitiva do presidente da República.

Na semana que passou, Bolsonaro disse que os jornalistas são animais em extinção que deveriam ser entregues ao Ibama.

“Não sei se ele tentou fazer uma brincadeira. Talvez não, porque o humor e a ironia não são seus pontos fortes e são recursos de linguagem que exigem bastante do cérebro”, escreveu Miriam Leitão, que lembrou do histórico de agressões de Bolsonaro.

O diabo é que Miriam Leitão e a empresa para quem ela trabalha, a Rede Globo, concordam em 100% com Jair Bolsonaro quando o assunto é dar tungadas no povo brasileiro. A jornalista é uma espécie de porta-voz da família Marinho nas questões de economia.

Miriam, Globo e Bolsonaro – tudo a ver. Eles estão fechadíssimos nos quesitos privatizações, fim da aposentadoria (reforma da previdência), desemprego para formar estoque de mão de obra, reajuste salarial abaixo da inflação, recessão econômica, lucros exorbitantes para os bancos, e alinhamento subserviente aos EUA. Dentre outras canalhices.

Fonte: Esmael Morais

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação. 

Resolvemos fundar o nosso.  Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.

Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.

Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e,  enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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