Madeireiros matam “por acidente” uma das árvores mais antigas do mundo
“Assassinaram o espírito-mãe…”
Na Amazônia, madeireiros cortam ”acidentalmente” uma das árvores mais antigas do mundo, durante uma exploração ilegal da Samaúma, em Reserva Indígena na Amazônia
A gigante Samaúma, cuja idade é estimada em mais de 2.000 anos, a julgar por seus anéis concêntricos, tinha 40 metros de altura. Era uma parte importante do universo cultural das tribos nativas. Inúmeras gerações testemunharam a longa vida da árvore incluída na própria cultura indígena. O líder da tribo Tahuactep do povo Matsés, declarou:
“É o espírito Mãe da floresta tropical, desta árvore espiritual veio a força vital de todas as coisas vivas. Eles destruíram Aotlcp-Awak, eles trouxeram a escuridão não só ao nosso povo, mas o mundo inteiro. Por muitas gerações a árvore da Mãe trouxe ao meu povo saúde e boa sorte. As raízes da árvore Mãe se espalham por toda a floresta tropical e trazem seu espírito de vida para o mundo. O que será deixado dos animais, das plantas e do nosso povo agora que o espírito da Mãe se foi...”
Assassinaram o espírito-Mãe…
“Eles assassinaram o espírito-Mãe conscientemente. Fizeram isso para matar nosso povo e pegar os despojos da terra”, acrescenta, visivelmente abalado pela destruição da milenar Samauma.
Anna Golding, pesquisadora, e membro do grupo de conservação, Rainforest Protection Coalition (RPC), , acredita que o “incidente” foi intencional.
Há grandes porções desta reserva nacional que são ricas em petróleo e gás natural. Houve ações comprometidas por corporações de energia para pressionar o governo a explorar a área há anos. As zonas protegidas foram cortadas pela metade na última década e esta é apenas a última tentativa de se livrar das populações locais que estão lutando para preservar seu patrimônio cultural e estilo de vida
A Sumaúma: uma das maiores árvores da flora mundial
A árvore cresce entre 60–70 m de altura e o seu tronco é muito volumoso, até 3 m de diâmetro com contrafortes. O tronco e muitos dos galhos maiores estão rodeados de enorme quantidade de espinhos simples, muito grandes e robustos. Alguns exemplares chegam a atingir os 90m de altura, sendo, por isso, uma das maiores árvores da flora mundial.
A Sumaúma para os indígenas
“Os indígenas da Amazónia consideram-na a “mãe-das-árvores”, as suas raízes tubulares são também chamadas de sapopembas, que em determinadas épocas rebentam irrigando toda a área em torno dela e o reino vegetal que a circunda. É conhecida como “Árvore da Vida” ou a “escada do céu”, o seu diâmetro de porte belo e majestoso unido às sapopembas (raízes), muitas vezes formam verdadeiros compartimentos, transformados em habitações pelos indígenas, caboclos e sertanejos.
Ao sobrevoar a região amazônica, qualquer um, mesmo sem conhecer a árvore é capaz de a identificar e captar a sua energia. A sua altura, porte e beleza é o destaque na imensidão da flora amazônica”.
O nome samaúma
A palavra samaúma é usada para descrever a fibra obtida dos seus frutos. A planta é conhecida também por algodoeiro. É usada como uma alternativa ao algodão para encher almofadas, colchões (antigamente) e para isolamentos.
Conheça os Matsés
“Os Matsés, Matses, também chamados Mayoruna ou Maxuruna são um grupo indígena que representa o ramo mais setentrional da família etnolinguística pano. Habitam a região de fronteira Brasil-Peru, em comunidades distribuídas ao longo da bacia do rio Javari, no extremo oeste da Amazônia brasileira, e na Terra Indígena Vale do Javari, onde vivem junto com outros povos falantes de línguas das famílias linguísticas Pano (Matis, Kulina-Pano, Korubo, Marubo) e Katukina (o povo Kanamari). Encontram-se também na aldeia Lameirão (município de Atalaia do Norte) e na Terra Indígena Marajaí (município de Alvarães), além do Peru.”
Saiba onde fica a reserva
Entre 1991 e 2014, a área total de floresta perdida na Amazônia mais do que triplicou, com a maior parte da floresta perdida se tornando pastagem para gado. As florestas tropicais são os lugares mais ricos da terra que detêm a maior parte da biodiversidade do planeta, mas 100 acres de florestas tropicais são derrubados a cada minuto, estima um relatório recente do Instituto Mundial de Recursos de 2014.
Fonte: MarSemFim
Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.
Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.
Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.
Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.
Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.
Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.
Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.
Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.
Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.
Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.
Zezé Weiss
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Eu li uma das árvores mais antiga do mundo, estando no plural entenda se, perdemos uma delas, e pena que seja aqui.
É uma matéria, com fonte citada e identificada. Compreendemos sua preocupação, mas mantemos a matéria.
Vou continuar falando a verdade não existe respeito com a mata nativa da FLORESTA AMAZÔNICA sei que não agrado aos donos do poder, para eles plantar soja e criar gado é mais importante do que pesquisar as plantas para descobrir vacinas, remédios para cura de doenças como CORONAVÍRUS, Câncer, AIDS e etc. Madeireiros cortam ”propositalmente,” a árvore mais antiga do mundo,durante uma exploração ilegal da Samaúma, em Reserva Indígena na Amazônia. isso foi um CRIME CONTRA A NATUREZA. Ah! MEU DEUS ESTÃO DESTRUINDO A AMAZÔNIA. Até o final deste governo não existirá mais a FLORESTA AMAZÔNICA. MUITO TRISTE.
Madeireiros cortam ”propositalmente,” a árvore mais antiga do mundo,durante uma exploração ilegal da Samaúma, em Reserva Indígena na Amazônia. isso foi um CRIME CONTRA A NATUREZA. Ah! MEU DEUS ESTÃO DESTRUINDO A AMAZÔNIA. Até o final deste governo não existirá mais a FLORESTA AMAZÔNICA. MUITO TRISTE.
O nome das raízes é raízes TABULARES. Pois se assemelham a tábuas. A árvore mais antiga do mundo com certeza nunca ficou na Amazônia, cujo clima não favorece isso. Fica em lugares frios e tem mais de 5000 anos. Entendo a importância da questao, mas não precisa mentir pra divulgar a notícia.