“Morte de Seringueiro” – Um poema de Alessandro Borges em alusão ao mês em que chegamos aos 30 anos do assassinato do líder seringueiro Chico Mendes pelas balas criminosas do latifúndio em Xapuri, Acre, no dia 22 de dezembro de 1988.
Por: Alessandro Borges, Poeta da Baixada
Lá fora, o grito duma guariba corta o ar,
Ressoam aplausos em volta do morto,
_Beijando em desespero seu rosto…
A pobre viúva põe-se a chorar.
Lembrando-se da pacata vidinha,
Que, sem se importar com o mundo, levavam.
Mas agora, se vê ali, angustiada e sozinha,
Remoendo a dor das suas próprias lágrimas.
Daquele dia em diante teria de enfrentar fera,
No roçado mostrar bastante garra,
Saber manusear bem a velha espingarda,
E acordar cedo, de inverno à primavera,
Inconformada abraça fortemente seu “finado”
E numa prece aguçada por um choro baixinho…
Com triste olhar vai percorrendo o caminho…
Por onde seguirá para sempre seu amado
ANOTE AÍ:
Do poeta acreano Alessandro Borges