Dez por cento da natureza do planeta Terra foi extinta nos últimos 26 anos. Os dados são de um estudo publicado recentemente na revista científica Current Biology, que utiliza a palavra inglesa “wilderness” para definir natureza como “região não habitada ou cultivda, em estado natural.”
Segundo o estudo, somente 23 por cento da massa terrestre do planeta é hoje composta por “wilderness”. Os pesquisadores afirmam que nos últimos 20 anos perdemos uma área natural duas vezes o tamanho do estado do Alasca nos Estados Unidos.
O estudo mostra que a maior perda de espaços naturais ocorreu na América do Sul, com uma diminuição de 30% desde os anos 90. A África segue com 14 por cento de perda.
Segundo Oscar VEnter, co-autor do estudo, “A perda de wilderness acontece mais nos biomas tropicais. Uma grande parte da Amazônia foi perdida. Também os mangues, berçários naturais para peixes, foram muito prejudicados. A área verde nos mangues quase não existe mais.”
Dentre as possiveis causas os pesquisadores apontaram, principalmente, a falta de iniciativas, projetos e programas de conservação por parte dos líderes governamentais ao redor do mundo.
“Áreas de wilderness são importantes globalmente por serem salvaguardas para a biodiversidade ameaçada e por regular o clima, como também por sustentar as comunidades do mundo mais marginalizadas politicamente e economicamente. E essas regiões são ignoradas pela política ambiental”, diz James Watson, autor principal do estudo. “Provavelmente temos apenas uma a duas décadas para reverter esse processo” completa Watson.
Os pesquisadores indicam que o ativismo ambiental pode ajudar. No Brasil, as taxas de desmatamento caíram 7o por cento entre os anos de 2005 e 2014, graças, em grande parte, a ações de conservação resultantes da mobilização social, dizem os pesquisadores.