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Répteis

NOVAS ESPÉCIES DE ANFÍBIOS E RÉPTEIS IDENTIFICADAS NO MARANHÃO

No Maranhão, 131 novas espécies de anfíbios e répteis são identificadas na Reserva Biológica do Gurupi 

Depois de 18 meses de pesquisas de campo e análises de dados,  em um inventário inédito de anfíbios e répteis, o ICMBio registrou novas espécies para o estado do , algumas delas exclusivas do Centro de Endemismo Belém.

Em artigo científico, foi documentada a identificação e registro de 131 espécies  da herpetofauna – anfíbios e répteis – na Reserva Biológica do Gurupi, unidade de conservação (UC) administrada pelo ICMBio no Maranhão.

Os 271 mil hectares protegidos pela reserva representam um dos últimos refúgios do Centro de Endemismo Belém (o bioma amazônico é composto por oito Centros de Endemismo – regiões delimitadas por grandes rios que apresentam fauna e flora características).

 

No total, o identificou 31 espécies de anfíbios e 100 de répteis, entre sapos, jacarés, tartarugas, serpetes, lagartos, etc. 18 delas foram registradas pela primeira vez no estado do Maranhão. ”O Centro de Endemismo Belém nunca foi tão bem amostrado como agora. Antes desse não havia nada sobre a herpetofauna da região”, afirma o zoólogo e analista ambiental do ICMBio, Marco Freitas, coordenador da pesquisa.

Segundo Freitas, a área do Centro de Endemismo Belém sofre muitas pressões externas, sobretudo de madeireiros. Por conta disso, a atenção deve ser redobrada em termos de conservação da biodiversidade. “A pesquisa registrou novas espécies de anfíbios e répteis para o Maranhão e confirmou a presença de espécies endêmicas desse Centro, mostrando uma até então desconhecida”, destaca o coordenador.

O trabalho contou ainda com a participação do técnico ambiental Ruhan Saldanha, além de pesquisadores de instituições parceiras, como a Federal do Rio Grande (Furg), a Universidade de Ensino Superior do Sul do Maranhão (Unisulma), o Centro Universitário do Estado do Pará (Cesupa) e a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

Clique aqui e confira o artigo científico sobre a herpetofauna da Reserva Biológica do Gurupi. Fonte originária desta matéria, publicada em 29/01/2017: ICMBio. 

 

 
 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

revista 119

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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