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Seguir Esperneando: O Brasil na Cop26

Seguir Esperneando: O Brasil na Cop26

❤️ LIVE SOLIDÁRIA O BRASIL NA COP 26 SEGUIR ESPERNEANDO – LANÇAMENTO DO EPISÓDIO 18 Retransmissão: Mudanças Climáticas: Dia Nacional de Conscientização ⏰ Dia: 02/11 às 21h 📍 Mediadora : Lucélia Santos 🗣️ Participação: 📌 Josimo Constant – Antropólogo. Embaixador para o Brasil do Global Youth Climate Pact 📌 Alfredo Pena-Vega (PhD) – Diretor Científico do Projeto Global Youth Climate Pact 📌 Luis Flores – Coordenador no Chile do Projeto Pacto Mundial de Jovens pelo Clima


SEGUIR ESPERNEANDO – O PODCAST DA LUCÉLIA SANTOS

EPISÓDIO 18: O BRASIL NA COP 26

Eu sou Lucélia Santos e você está no “Seguir Esperneando”, o meu podcast em parceria com a Revista Xapuri.

Neste décimo oitavo episódio, “O Brasil na Cop 26”, vamos falar sobre a presença do Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática de 2021, que se reúne em Glasgow, na Escócia, entre 31 de outubro e 12 de novembro, para discutir a emergência climática que atinge toda a humanidade.

Nem o presidente Bolsonaro nem o vice-presidente, General Hamilton Mourão, que preside o Conselho Nacional da Amazônia Legal e estava designado para chefiar a comitiva, participam do mais importante encontro sobre meio ambiente do planeta. O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, representa o Brasil na COP 26.

A delegação, encabeçada por Leite, o ruralista que substituiu Ricardo Salles, está em Glasgow para passar o chapéu e fazer um esforço patético para reverter a péssima imagem do Brasil destruidor do meio ambiente no exterior. Mas, infelizmente, o governo anti-meio ambiente do Brasil não tem o que apresentar.

Sem metas cumpridas para a redução dos gases de efeito estufa, e com recorde de desmatamento na Amazônia, o governo Bolsonaro protagoniza, na COP 26, mais um vexame internacional. O próprio General Mourão justificou a ausência do presidente brasileiro: “Ele vai chegar num lugar e todo mundo vai jogar pedra nele.”

ENGODO NA COP

Duda Meirelles:

Eu sou Duda Meirelles e me somo à Lucélia Santos neste debate crucial sobre a
presença lamentável do Brasil na COP 26.

No último dia 25 de outubro, os ministérios do Meio Ambiente e da Economia lançaram às pressas o Programa Nacional de Crescimento Verde, que ninguém sabe exatamente o que é, em uma tentativa de mostrar serviço na área da preservação ambiental, no palco da COP 26.

Durante o lançamento, Leite afirmou que levará “o Brasil real para a COP do Clima”. O ministro falou sobre “um Brasil empreendedor, um Brasil que, segundo seu colega da Economia, Paulo Guedes, “faz, realmente, uma atividade verde.” Um Brasil que não existe.

“O lançamento é para deixar claro como o Brasil tem R$ 400 bilhões na direção verde. Investimentos e financiamentos que são bastante robustos”, prometeu Leite. Entretanto, o ministro não soube especificar de onde virá o dinheiro e sobre como o dinheiro será utilizados em projetos de energia renovável, agricultura de baixo carbono, ecoturismo e restauração florestal.

Entre ambientalistas, o programa soa como um engodo. Desde o início deste governo, não há nada de sustentável na política brasileira. Ao contário, os que deviam cuidar da natureza em nosso país só protagonizam escândalos: queimadas que alarmaram o mundo, onças de patas queimadas e, pior, o envolvimento direto de autoridades do governo em negócios escusos com traficantes de madeira.

PEDALADA AMBIENTAL

Lucélia Santos:

No caso do governo do Brasil, o último relatório do Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas, produzido pela ONU, alerta para uma pedalada ambiental.

Bolsonaro alterou as metas de redução dos gases de efeito estufa, mesmo depois do pacto global assumido pelo país, mas que não foi honrado como compromisso do Estado brasileiro.

Bolsonaro também desmantelou todos os mecanismos de controle, fiscalização e proteção do meio ambiente, especialmente na Amazônia, como o Ibama e o Instituto Chico Mendes. Esses órgãos foram duramente atacados, desmobilizados e aparelhados.

O ex-ministro Ricardo Salles desativou órgãos fiscalizadores, afrouxou marcos regulatórios, deixou o desmatamento correr solto e, diante dos incêndios na Amazônia e no Pantanal, que causaram danos ambientais dramáticos, limitou- se a culpar os povos indígenas, os agricultores pobres ou as agruras próprias do clima.

Além disso, o Palácio do Planalto institucionalizou a falta de transparência,
promoveu uma intervenção militar na Amazônia, com a retirada da sociedade
civil do conselho da região.

Por fim, tentou romper com os indicadores que monitoram o desmatamento, como se fosse possível não reconhecer o tamanho do desastre ambiental que assola o país.

NO TOPO DA LISTA

Duda Meirelles:

No ranking dos países que mais agravaram o aquecimento global em 2020, o Brasil aparece em quinto lugar, atrás apenas de China, Estados Unidos, Rússia e Índia. Do Acordo de Paris, assinado por 196 países em 2015, para 2020, em vez de reduzir, o Brasil elevou as emissões de gases estufa em quase 5%.

Dos cinco setores da economia que respondem pela virtual totalidade das emissões do Brasil, três tiveram alta, um teve queda e um permaneceu estável.

O setor de energia, que respondeu por 18% das emissões brasileiras em 2020 teve queda de 4,6%. “Isso ocorreu em resposta direta à pandemia, que nos primeiros meses de 2020 reduziu o transporte de passageiros, a produção da indústria e a geração de eletricidade”, conforme comunicado do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases (SEEG).

As emissões da agropecuária registraram alta, de 2,5%, a maior desde 2010. Se a crise diminuiu o consumo de carne, com redução de quase 8% no abate de bovinos, isso também aumentou em 2,6 milhões de cabeças o rebanho nacional.

As emissões de metano por fermentação entérica — o arroto do boi — também cresceram. O setor de resíduos também registrou alta nas emissões com 1,8% a mais.

Os processos industriais, representados sobretudo pela fabricação de aço e cimento, atividades altamente emissoras, permaneceram estáveis em suas emissões na pandemia.

DEVASTAÇÃO AMBIENTAL

Lucélia Santos:

A mudança radical do uso da terra para atender a expansão do agronegócio continua sendo a principal fonte de emissão do Brasil. A maior parte das emissões brasileiras vem do desmatamento ligado a pastagens e culturas agrícolas.

Em 2020, tivemos as maiores emissões do setor agropecuário em 11 anos, um reflexo claro do desmonte em curso da política ambiental pelo governo Bolsonaro.

Apenas no ano passado, em plena pandemia, enquanto o mundo registrava uma queda de 6,7% nas emissões de CO2, na contramão do restante do mundo, que poluiu menos em meio à pandemia, o Brasil teve um aumento de 14% em relação a 2019.

O desmatamento na Amazônia puxou a elevação das emissões de CO2 em 9,5%, o maior desde 2006.

O desmatamento na Amazônia e no Cerrado (que, somados, perfazem quase 90% das emissões de gases poluentes por uso da terra) foi o grande responsável por emissões de 998 milhões de toneladas de CO2 e em 2020, um aumento de 24% em relação a 2019.

Mas essa devastação não está só Amazônia. O Pantanal registra os maiores índices de incêndios da história e outros biomas estão sendo gravemente atingidos, para não falar na mineração em terras indígenas, duas operações da Polícia Federal envolvendo manganês e, agora, o ouro em terra Kaiapó, uma tonelada por mês.

É um sistema extremamente complexo em que o governo da milícia urbana é também um governo da milícia rural a serviço do agronegócio atrasado e predatório.

NA CONTRAMÃO DO MUNDO

Duda Meirelles:

Das 13 metas que o governo da China anunciou como metas estratégicas, 10 são de preservação ambiental.

No Plano Biden, o investimento para geração de empregos associados à sustentabilidade ambiental e descarbonização da economia é uma parte expressiva de toda a proposta de reconstrução da economia americana.

Assim também é o Plano Nova Geração da Europa.

O Brasil, que é o G1 da biodiversidade, deveria colocar a proteção dos recursos naturais e estratégicos e a política nacional de mudanças do clima no topo das nossas prioridades. É isso que o mundo espera. E é isso que o Brasil não entrega.

Um país que era liderança entre os países em desenvolvimento e que fazia a interlocução com os países ricos em conferências como a COP26, hoje está fora da agenda e das mesas de negociação.

PÁRIA INTERNACIONAL

Lucélia Santos:

Obviamente, a questão climática é global, mas o atual governo brasileiro, centrado no negacionismo sanitário, no desprezo ambiental e no terraplanismo diplomático, não faz o menor esforço para ajudar a salvar o planeta.

Incapaz de compreender que não vamos resolver o problema do emprego, da renda, da pobreza e da fome se não associarmos o desenvolvimento econômico com sustentabilidade ambiental e social, Bolsonaro faz do Brasil um país do atraso, um pária internacional.

O Brasil verde, pujante e pronto para voltar a ser o paraíso na Terra que o Ministro Leite tenta vender em Glasgow não tem como colar na COP 26.

Depois de mais de 605 mil mortos na pandemia da Covid, das imagens dos famintos disputando lixo, sob a indiferença de Jair Bolsonaro para o sofrimento do povo brasileiro, desacredita de vez o Brasil no mundo da justiça e do meio ambiente.

SEGUIR ESPERNEANDO

Duda Meirelles:

“Seguir Esperneando” é mais um espaço de resistência da Revista Xapuri, construído em parceria com a atriz e militante Lucélia Santos.

Este episódio, “O Brasil na COP 26”, resulta do esforço coletivo de Agamenon Torres; Janaina Faustino; Lucélia Santos;  Zezé Weiss; e eu, Duda Meirelles. 

O roteiro deste podcast é composto por textos da Revista Focus, da Fundação Perseu Abramo, assinados por Aloizio Mercadante e Bia Abramo, com edições de Zezé Weiss.

“Seguir Esperneando é patrocinado por: Bancários-DF – Sindicato dos Bancários de Brasília; Fenae – Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal; Fetec-CUT Centro Norte – Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte; e Sinpro/DF –
Sindicato dos Professores no Distrito Federal.

Colabore com a Xapuri. Visite nossa loja solidária em www.loja xapuri.info, ou faça uma doação via pix: contato@xapuri.info.

Até o próximo episódio do “Seguir Esperneando”!


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