O mistério dos petroglifos do Bisnau

O mistério dos petroglifos do Bisnau

O Sítio Arqueológico do Bisnau, localizado na Fazenda Taquari, pouco depois do povoado do Bezerra, no município de Formosa, Goiás, é formado por um espaço natural de 2.600 m2 de petroglifos (gravações em pedras), misteriosas formações geológicas com datação estimada entre 4,5 e 11 mil anos.

Da Redação Xapuri, com base na literatura local

O Bisnau, como é conhecido na região, causa fascínio entre estudantes, cientistas e pessoas curiosas sobre o significado das inscrições, cujas interpretações variam desde orientações astronômicas até sinais de possíveis contatos com extraterrestres.

Do ponto de vista geológico, o Sítio Arqueológico do Bisnau são várias figuras em baixo-relevo concentradas em uma única grande pedra. Infelizmente as figuras estão completamente expostas à intempérie e já foram “maculadas” com pessoas passando giz ou pedras coloridas nas reentrâncias. Não há nenhum tipo de vigilância no local. A preservação fica a cargo da consciência de cada visitante.

Localizado a cerca de 120 km de Brasília – cerca de hora e meia de carro, e 40 km de Formosa, o acesso se dá pela BR-020 até o Bezerra, e de lá por estrada de terra até o Sítio Arqueológico. De Brasília a Formosa, a BR=020 é duplicada.

Perto do Sítio Arqueológico tem a Cachoeira do Bisnau. Para acessá-la, é preciso passar pela caso do Gilberto, dono da fazenda onde fica a cachoeira. A infraestrutura é precária, o acesso se dá por uma caminhada de meio km entre pedras, mas a visão, o conato com a natureza é fenomenal.

22/10/2010. Crédito: Cadu Gomes/CB/D.A Press. Brasil. Formosa - GO. Sítio arqueológico de Bisnau, na região de Formosa Goias.
Cadu Gomes/CB/D.A. Press

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação. 

Resolvemos fundar o nosso.  Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.

Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.

Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e,  enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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