Por um saber cada vez mais coletivo, situado e encarnado
Somos brasileiros. E, em certa medida – entre tudo que somos- somos também indígenas! Embora a cultura indígena faça parte do nosso cotidiano, infelizmente cristalizou-se determinadas representações equivocadas no imaginário das pessoas. Assim, indígenas acabam sendo percebidos como figuras romantizadas ou mesmo lendárias, fato que favorece a exclusão da presença indígena na cultura brasileira. Sofremos de ausência de percepção de realidade! E como nossa escola – polo de difusão cultural e reflexão– pode contribuir?
Por Carolina Parrode – Escola Aldeia
Como nossos pensamentos e ações se convergem e se transformam nesse encontro de realidades? De início, precisamos evidenciar – de forma inequívoca – valores e premissas, já que são a maneira como concebemos a sociedade e, portanto, constituem as ferramentas que nos permitem construir nossa Aldeia.
A Aldeia é permeada por 5 valores: criatividade, protagonismo, diversidade, empatia e trabalho em equipe. A diversidade é valor importante! Primeiramente, porque vivemos no Brasil; coabitamos neste país diverso, com extensão territorial de 8.516.000 km² e 208 milhões de habitantes. E mais do que isso: somos uma nação cheia de cicatrizes e feridas abertas -que além de diversa e rica- pratica barbáries também por não ter aprendido a respeitar essas diferenças. Nossa riqueza é nossa dor e nossa delícia. Construímos uma nação sobre massacres, escravidão e extermínio de comunidades nativas! Precisamos incorporar a vanguarda de um pensamento progressista e empático acerca da diversidade bio-sócio-cultural do Brasil.
Queremos protagonistas criativos que construam a partir de uma realidade social presente. Seres humanos conectados com a imprevisibilidade de novos saberes, novas técnicas, novas conjunturas e elaborações; novas soluções para o planeta, com coragem e inovação! Precisamos formar mentes e corações que dão conta da concretude da vida e que tenham a ousadia de pensar/transformar a comunidade que habitam. O saber precisa se tornar cada vez mais coletivo, situado e encarnado. É indispensável que as escolas possibilitem narrativas saudáveis, iluminadas por um pensamento sistêmico, dialógico, direto e maduro! Nosso objetivo é formar seres humanos atentos às tramas sociais.