Onomatopeia: plunct plact zum
Aprender sempre é muito bom e necessário. Aprender as nuances da nossa língua portuguesa nos faz ser mais brasileiros, porque a língua não pode ser mais um bloqueio da mobilidade social entre as pessoas…
Esse recurso aumenta a expressividade do discurso, motivo pelo qual é muito utilizado na literatura e nas histórias em quadrinhos.
Exemplo de onomatopeia nos quadrinhos
Também é muito empregada nos textos enviados pela internet. São exemplos os fonemas que expressam, por exemplo, o som do riso: “hahahaha, kkkkkk, rsrsrs”.
Do grego o termo “onomatopeia” (onomatopoiía) é formado pelos vocábulos “onoma” (nome) e “poiein” (fazer”) o qual significa “criar ou fazer um nome”.
Exemplos
Segue abaixo lista das principais onomatopeias:
- Ratimbum: som de instrumentos musicais (Ra = caixa, tim = pratos, bum = bombo)
- Tic-tac: som do relógio
- Toc-toc: som de bater na porta
- Sniff sniff: som de pessoa triste, chorando
- Buááá: ruído de choro
- Atchim: barulho de espirro
- Uhuuu: grito de felicidade ou adrenalina
- Aaai: grito de dor
- Cof-cof: som de tosse
- Urgh: referente ao nojo
- Nhac: ruído de mordida
- Aff: som que expressa tédio e raiva
- Grrr: som de raiva
- Zzzz: som de homem ou animal dormindo
- Tchibum: som de mergulho
- Tum-tum: batidas do coração
- Plaft: som de queda
- Bum: ruído de explosão
- Crash: som de batida
- Smack: som de beijo
- Au Au: som do cachorro
- Miau: som do gato
- Cocóricó: som do galo cantando
- Piu-piu: som do passarinho
- Vrum-vrum: som de motor (moto, carro, etc.)
- Bang-bang: som de tiro
- Bi-bi: som de buzina
- Din-don: som da campainha
- Blém-blém: badalar dos sinos
- Trrrim-trrrim: ruído de telefone tocando
Fonte: Toda Matéria
Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.
Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.
Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.
Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.
Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.
Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.
Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.
Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.
Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.
Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.
Zezé Weiss
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