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ONU: Biodiversidade será monitorada em plataforma com dados da NASA

ONU lança plataforma com dados da NASA para monitorar biodiversidade

Organismos da ONU lançaram em julho (5) o Laboratório de Biodiversidade, uma plataforma online que combina mapas geoespaciais com informações sobre . Cruzando dados da NASA, de agências das Nações Unidas e institutos de pesquisa, o projeto é uma ferramenta de uso gratuito para quem tem interesse em monitorar e conhecer o estado de preservação dos ecossistemas e da silvestre.

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Donzelinha, espécie de inseto. Foto: Flickr (CC)/budak

Organismos da ONU lançaram em julho (5) o Laboratório de Biodiversidade, uma plataforma online que combina mapas geoespaciais com informações sobre conservação ambiental. Cruzando dados da NASA, de agências das Nações Unidas e institutos de pesquisa, o projeto é uma ferramenta de uso gratuito para quem tem interesse em monitorar e conhecer o estado de preservação dos ecossistemas e da vida silvestre.

A iniciativa é fruto de uma parceria entre o Programa das Nações Unidas para o (PNUD), a ONU Meio Ambiente e o Secretariado da Convenção sobre Biológica. O portal recebeu recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e também tem o suporte da plataforma de mapeamento e monitoramento MapX.

Atualmente, muitos países não têm acesso a informações geoespaciais sobre o meio ambiente por causa da falta de dados ou de capacidade técnica. O Laboratório preenche essa lacuna, apoiando as nações signatárias da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica (CDB) no relato de avanços e problemas relativos à preservação de seu natural vivo. Planejadores de poderão fazer upload de novos dados na plataforma e utilizar estatísticas nacionais em suas análises.

O administrador do PNUD, Achim Steiner, lembra que “até 2030, a demanda por poderá crescer em 35%, por água, em 40%, e por energia, em 50%”. Na avaliação do dirigente, o futuro exigirá soluções capazes de atender a essas necessidades, mas sem comprometer o bem-estar e o funcionamento sustentável dos ecossistemas.

“Ao proporcionar acesso a dados espaciais – incluindo áreas protegidas, espécies ameaçadas, impacto humano em sistemas naturais, bacias hidrográficas para cidades estratégicas e muito mais –, a plataforma empodera formuladores de políticas com as informações necessárias para enfrentar os desafios prementes da conservação da biodiversidade e do desenvolvimento”, acrescenta Steiner.

Para o diretor-executivo da ONU Meio Ambiente, Erik Solheim, “o Laboratório de Biodiversidade da ONU é parte vital de nossos esforços contínuos para construir um ecossistema digital de dados planetários, que tenha precisão e seja de fácil uso para países, empresas e cidadãos”.

“Para avançar na agenda do , será essencial prover acesso simples e em tempo real aos melhores dados e análises disponíveis para as pessoas e o planeta.”

O acesso ao “big data” para o desenvolvimento sustentável é tema da Declaração sobre Dados Espaciais da iniciativa Natureza pelo Desenvolvimento. O documento, lançado em junho (27), é aberto para endosso público. Até agora, 20 instituições já apoiam o texto. A expectativa é de que um número expressivo de países, agências da ONU, ONGs, instituições acadêmicas e organizações de indígenas também subscrevam à declaração.

ONU lança desafio de biodiversidade para países

Em celebração ao lançamento da Declaração de Dados e do Laboratório de Biodiversidade, o PNUD e a ONU Meio Ambiente lançaram um desafio global para os 196 países da Convenção sobre Diversidade Biológica — dobrar o número de mapas utilizados em seus relatórios de progresso nacional para cumprir as metas do documento internacional.

A secretária-executiva da convenção, Cristiana Pasca Palmer, lembrou que os países signatários do mecanismo já reconheceram a necessidade de ferramentas inovadoras para monitorar tendências ambientais e compreender as causas da perda de biodiversidade. A dirigente disse ainda que novas tecnologias, como o laboratório online, ajudarão governos a avaliar as implicações socioeconômicas de diferentes estratégias de conservação.

No futuro, a plataforma da ONU poderá incorporar monitoramento automatizado, utilizando inteligência artificial para apoiar o planejamento ambiental voltado para a humana e planetária. O projeto já reúne dados espaciais do Centro de Monitoramento da Conservação Mundial da ONU Meio Ambiente, da Base de Dados sobre Recursos Globais (GRID-Geneva), da NASA, de agências da ONU e de outros centros de pesquisa.

ANOTE AÍ

Fonte: ONU BR

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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