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Os Princípios da Carta da Terra

Os Princípios da Carta da Terra

Mais do que um chamado, a Carta da Terra é um alerta, um alarmante pedido de socorro para os povos do mundo, para que se responsabilizem e cuidem do futuro de nossa única morada, o Planeta Terra.

Kleytton Morais

Gestada durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, também conhecida como Eco 92, Rio 92 ou Cúpula da Terra, o documento final da Carta da Terra, com seus 4 tópicos e 16 princípios, demorou praticamente oito anos para ser aprovado, em 29 de junho de 2000, com a assinatura da maioria dos países, incluindo o Brasil.

Infelizmente hoje, em nosso país, o documento que estabelece os parâmetros para a construção de uma sociedade mais justa, pacífica e sustentável, vem sendo rejeitado por um governo que insiste em passar a boiada nas conquistas sociais e ambientais do povo brasileiro.

Nós, do Sindicato dos Bancários de Brasília, seguimos nos pautando pelos princípios da Carta da Terra, apresentada pelas Nações Unidas como a “Carta dos Povos”. Ao divulgar esses princípios, reiteramos nosso compromisso com esse outro mundo economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente viável que acreditamos ainda ser possível.


PRINCÍPIOS

 

I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DA VIDA

 

  1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.

 

  1. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.

 

  1. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas.

 

  1. Garantir as dádivas e a beleza da Terra para as atuais e as futuras

gerações.

 

Para cumprir estes quatro amplos compromissos, é necessário:

 

II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA

 

  1. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial preocupação com a diversidade biológica e com os processos naturais que sustentam a vida.

 

  1. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e, quando o conhecimento for limitado, assumir uma postura de precaução.

 

  1. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.

 

  1. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e a ampla aplicação do conhecimento adquirido.

 

III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA

 

  1. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental.

 

  1. Garantir que as atividades e instituições econômicas em todos os níveis promovam o desenvolvimeto humano de forma equitativa e sustentável.

 

  1. Afirmar a igualdade e a equidade de gênero como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, assistência de saúde e às oportunidades econômicas.

 

  1. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, concedendo especial atenção aos direitos dos povos indígenas e minorias.

 

IV. DEMOCRACIA, NÃO VIOLÊNCIA E PAZ

 

  1. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e proporcionar-lhes transparência e prestação de contas no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões e acesso à justiça.

 

  1. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessários para um modo de vida sustentável.

 

  1. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração.

 

  1. Promover uma cultura de tolerância, de não violência e de paz.

 

Kleytton Morais – Presidente do Sindicato dos Bancários Brasília.  Membro do Conselho Editorial da Revista Xapuri.  


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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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