A Lenda do Pai do Mato

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A Lenda do Pai do Mato, o que anda montado em um caititu

Aqui no Planalto Central, principalmente na região do Goiás, ninguém nunca viu, mas muita gente dá conta da existência um ser enorme, meio bicho-meio gente, com cabelos enormes, unhas de metros, orelhas e cavaco e um urro de arrepiar. Esse bicho fantástico que vive no imaginário goiano é chamado de Pai do Mato.

Conta a história oral que o Pai do Mato é um defensor da natureza, principalmente dos animais e das plantas e, que, pra proteger as matas, se for preciso engole gente. Quem conta de quem diz que o viu um dia, dá notícias de um ser tipo extraterrestre, com os pés parecidos com os dos cabritos, as mãos semelhantes às de um macaco e um nariz muito azul, assim como sua urina, que também é azul.

Diz-se também que o Pai do Mato tem o corpo fechado, razão por bala e faca não o matam.  Seu ponto fraco é um umbigo. Para acertá-lo, é preciso acertar exatamente no centro de uma roda frágil que ele tem em volta do umbigo. Mas como é difícil vê-lo, é quase impossível pensar que alguém possa sequer imaginar em acertá-lo. Em tempos passados, ele teria sido o grande defensor da floresta amazônica, mas depois que seus filhos cresceram, o Pai do Mato resolveu assumir a defesa as árvores tortas do Cerrado.

Fontes: Só História Wikepedia


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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação. 

Resolvemos fundar o nosso.  Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.

Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.

Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e,  enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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