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neurônios aprendizagem

Pesquisa descobre neurônios que melhoram a aprendizagem

Identificados neurônios que melhoram a aprendizagem

neurônios aprendizagemPesquisa permite compreender o funcionamento do processo de aprendizagem e pode impactar no tratamento da demência e do Alzheimer

Pesquisadores do e da Suécia constataram que a inativação de certos tipos de neurônios do hipocampo facilita consideravelmente o aprendizado. Este tem enorme relevância, pois permite compreender o funcionamento do processo de aprendizagem e pode, no futuro, impactar no tratamento da demência. O foi realizado por profissionais do Instituto do Cérebro da Federal do Rio Grande do Norte (Ice-UFRN), em colaboração com pesquisadores da Universidade de Uppsala, na Suécia.

No Brasil, o número de pessoas com Alzheimer, por exemplo, demência mais comum e familiar, já atinge cerca de 1,2 milhão de pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de e Estatística (IBGE), em pesquisa de 2016.

É comum que uma pessoa com este tipo de doença se esqueça de acontecimentos recentes, mas se lembre com clareza de coisas que aconteceram há muitos anos em sua vida. Ambos os casos implicam o uso de episódica, o armazenamento do cérebro de eventos nos quais estivemos pessoalmente envolvidos. Isso porque a demência prejudica a capacidade de formar novas , especialmente de eventos desde o início da doença.

 

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Optical Control of OLMα2 Cell Activity

Guardiãs da memória

Com o título: Células OLMα2 modulam bidirecionalmente a aprendizagem o trabalho, publicado na prestigiosa revista Neuron (uma das mais importantes na área de Neurociências), constatou que as células “guardiãs do portão da memória” ou, no jargão técnico, células OLM (Oriens-lacunosum moleculare), quando superativadas em experimentos com camundongos de laboratório, provocaram deterioração na memória e nas funções de aprendizagem dos animais. Quando inativadas, a função da nova formação de memória melhorou.

O mesmo grupo de pesquisadores, formado pelos professores Richardson Leão, Adriano Tort, o ex-doutorando Arthur França, todos do Ice-UFRN, e o Klas Kullander, da Uppsala, além de outros nomes, já tinha sido responsável, em 2012, pela descoberta da função das células OLM na memória.

 

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Richardson Leão, professor do Instituto do Cérebro da UFRN

 

 

 

A nova pesquisa melhorou a compreensão de como um único componente nos circuitos de memória pode afetar a sua formação. “Para nós foi uma surpresa descobrir que podemos interferir diretamente no aprendizado através da manipulação dessas células. Nossa pesquisa poderá ter um grande impacto em déficits de aprendizado se aprendermos a controlar farmacologicamente essas células”, explica Richardson Leão.

 

 

Próximo passo: Alzheimer e demência

De acordo com Klas Kullander, inicialmente, o grupo esperava ser capaz de prejudicar o aprendizado, pois parecia provável que o efeito do experimento no nível celular perturbasse a função normal do sistema nervoso. No entanto, os pesquisadores ficaram surpresos ao descobrir que o aprendizado e a memória também poderiam ser melhorados.

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Klas Kullander, pesquisador da Universidade de Uppsala, Suécia.

A descoberta abre um novo caminho para entender a perda de formação de memória na doença de Alzheimer e nas demências que prejudicam as memórias de curto prazo. Para aqueles que sofrem de sintomas de demência, perder funções de memória é um grande problema diário. Infelizmente, não há tratamentos curativos ou medicamentos que possam impedir o desenvolvimento de doenças demenciais.

O próximo passo desta pesquisa será investigar isso mais de perto em outros experimentos em modelos animais comparáveis a seres humanos. “Precisamos de mais conhecimento antes que experimentos possam ser feitos para estimular artificialmente as células OLM em humanos”, completa Kullander.

ANOTE AÍ

Fonte: Nossa Ciência

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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