PGR: pena exemplar a investigados por atos golpistas

PGR pede pena exemplar a 40 investigados por atos golpistas de 8 de janeiro

Conforme os documentos, a PGR identificou que os acontecimentos de 8 de janeiro foram orquestrados através de mensagens de convocação disseminadas nas

Por Mídia Ninja

A Procuradoria-Geral da República (PGR) anunciou que requer a condenação de 40 pessoas acusadas de desempenharem papéis-chaves nos atos golpistas que ocorreram em 8 de janeiro. As acusações, se cumulativas, podem resultar em um total de 30 anos de prisão.

O subprocurador Carlos Frederico Santos sustenta que esse grupo invadiu as instalações do Supremo Tribunal Federal (STF), o e o Palácio do Planalto. Por consequência, a PGR está buscando a condenação desses acusados com base em múltiplas acusações, que incluem associação criminosa armada, subversão violenta do Democrático de Direito, tentativa de Golpe de Estado e atos de vandalismo contra o público da União.

Conforme os documentos, a PGR identificou que os acontecimentos de 8 de janeiro foram orquestrados através de mensagens de convocação disseminadas nas redes sociais. Adicionalmente, existiu preocupações sobre a presença de membros de um grupo conhecido como CACs, composto por caçadores, atiradores e colecionadores de armas de , entre os manifestantes.

Os prejuízos resultantes dessas ações de vandalismo e invasões não foram apenas físicos, mas também financeiros. Estima-se que o valor necessário para reparar os estragos causados às instalações dos Três Poderes totalize R$ 25 milhões. Esse montante engloba valores como R$ 3,5 milhões destinados ao Senado, R$ 1,1 milhão à Câmara dos Deputados, R$ 9 milhões ao Palácio do Planalto e R$ 11,4 milhões ao STF.

A resolução desse caso intrincado está programada para setembro, quando o STF planeja iniciar o julgamento dos primeiros processos penais envolvendo os indivíduos acusados pelos eventos de janeiro. Desde o início das investigações, o número de réus perante o STF cresceu para 1.290.

*Com informações da Agência

Fonte: Mídia Ninja Capa: Joedson Alves/Agência Brasil


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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