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Igualdade de gênero e empoderamento feminino

Igualdade de gênero e empoderamento feminino

A ONU Mulheres e Womanity Foundation lançam na próxima quinta-feira (14), em parceria com o Instituto C&A, a Plataforma UNA, um mapa online que identifica iniciativas e organizações brasileiras voltadas para a igualdade de gênero e o empoderamento feminino. Portal já contabiliza 388 projetos e será aberto para inscrições de novos programas a partir desta semana.

 

A ONU Mulheres e Womanity Foundation lançam na próxima quinta-feira (14), em parceria com o Instituto C&A, a Plataforma UNA, um mapa online que identifica iniciativas e organizações brasileiras voltadas para a igualdade de gênero e o empoderamento . Portal já contabiliza 388 projetos e será aberto para inscrições de novos programas a partir desta semana.

“O ativismo das mulheres brasileiras e a capacidade de articulação em rede têm sido decisivos para fazer avançar os direitos das mulheres no Brasil. A Plataforma UNA registra parte dessa mobilização e, ao levá-la para a internet, tem a possibilidade de tornar possíveis conexões virtuais e reais entre mulheres e outros agentes importantes para a promoção da igualdade de gênero”, afirma Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres no Brasil.

O mapa das Nações Unidas e seus parceiros divide os projetos cadastrados em 17 temas. São eles: e Cultura, Ciência e Tecnologia, Democracia e Participação , Educação e Formação, Empoderamento Econômico, Enfrentamento à Violência, Equidade e Condições de , Esportes, , População LGBT, Masculinidades, , Segurança Alimentar e Agricultura, Mídia e Comunicação, Direito à Moradia, Igualdade Racial, Paz e Segurança Pública e Saúde e Bem-Estar.

Ao inscrever uma iniciativa, o portal permite estabelecer conexões com o trabalho de outras instituições, ampliando as possibilidades de parceria e de ações direcionadas para determinadas áreas. Interessados em fazer parte da UNA podem se cadastrar por meio deste link. A admissão na plataforma começará a partir do dia 14.

“Apesar do cenário de retrocessos que vivemos, não podemos negar conquistas. A Plataforma UNA vem exatamente para que possamos acelerar e dar força aos avanços a partir de uma perspectiva de colaboração”, explica Tiana Vilar Lins, representante da Womanity Foundation no Brasil.

A Plataforma UNA foi desenvolvida por IBEAC, ponteAponte, Women Who Code, UFRPE e Demarest Advogados. O tem parceria com J. Walter Thompson Brasil, BrazilFoundation, Blossom, Abong, Actionaid, CESE, E&Y, Fundo Brasil de , Geledés, Instituto Ethos, Instituto Mídia Étnica, Instituto Patrícia Galvão, Movimento Mulher 360, Mulheres do Brasil, Plan Brasil, Rede de Mulheres Líderes para e Rede Mulher Empreendedora.

Fonte: ONU – Brasil

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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