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Kiribati: Primeiro país a ser extinto pelas mudanças climáticas

Kiribati: Primeiro país a ser evacuado devido às

O nível médio do mar subiu em média 3,2 mm/ano desde 1993 e a ilha de Kiribati já sente as consequências.

Por Redação/ Mídia Ninja

Um paraíso com os dias contados. Assim se encontra Kiribati, localizado entre o Havaí e a Austrália, o país é composto por 33 atóis (ilhas oceânicas em forma de anel), cuja de seus mais de 100.000 habitantes gira em torno da água, de onde tiram seu sustento e modo de vida, com sua pesca e casas de palafitas.

O território do país não passa de dois metros acima do mar, no Pacífico e, além do aumento do nível do mar invadir as reservas de água doce do país, dificultando o acesso da população à água potável, as águas estão invadindo também as plantações impossibilitando a agricultura, que servia tanto para o sustento quanto para consumo.

Responsáveis por apenas 0,56% das emissões de gases de efeito estufa per capita, os kiribatianos já chegaram a pedir publicamente para incrementar políticas e iniciativas que reduzam as emissões poluentes. Ao mesmo , o Banco Mundial elaborou relatórios pedindo que Austrália e Nova Zelândia acolham os deslocados climáticos de Kiribati e de outras ilhas do Pacífico ameaçadas pelas águas.

Infelizmente Kiribati, com um dos menores PIB’s do (cerca de 207 milhões de dólares segundo o Banco Mundial) é um grande exemplo do ambiental e de como as mudanças climáticas atingem a população mundial de maneiras diferentes, deixando os mais pobres em situação de mais vulnerabilidade.

Fonte: Mídia Ninja. Foto:  Luis Armando Oyarzun. Este artigo não representa a opinião da Revista e é de responsabilidade do autor.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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