Programa Espacial Brasileiro completa 34 anos com 97 operações realizadas

 Programa Espacial Brasileiro  completa 34 anos  com 97 operações realizadas

No último dia 10 de março, o Centro de Lançamento de Alcântara – CLA – comemorou 34 anos. Durante esse período, o Centro realizou 97 operações envolvendo o lançamento de mais de uma centena de foguetes suborbitais para da ionosfera e para experimentos de microgravidade.

Infelizmente, o Centro também possui em sua um terrível acidente que retirou a de vários técnicos do Programa Espacial Brasileiro – PEB. A vida continua e, apesar da crise econômica atual no país, algumas notícias recentes em relação ao PEB são muito positivas e poderão produzir grandes e boas mudanças para a melhoria do programa.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE – destacou-se mais uma vez em função do reconhecimento internacional da importância de suas atividades no Programa de Estudo e Monitoramento Brasileiro do Clima Espacial – Embrace. Em fevereiro último, pesquisadores deste programa participaram em Viena, na Áustria, da 54ª. Reunião Técnica do COPUOS – Comitê das Nações Unidas para o Uso Pacífico do Espaço.

A mesa diretora do COPUOS reconheceu o nível de excelência internacional do Embrace, pois ele já pode oferecer, com alto grau de confiabilidade, informações precisas sobre o clima espacial em real na internet.

Realiza previsões sobre o sistema Sol- para efetuar diagnósticos de seus efeitos sobre diferentes sistemas tecnológicos terrestres em áreas como navegação de aeronaves, posicionamento por satélites, distribuição de energia elétrica (linhas de transmissão), em grandes redes de dutos de gás e derivados de petróleo e em vários outros sistemas dependentes dos serviços dos satélites como a TV e o rádio.

O Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas – SGDC – está previsto para ser lançado brevemente a partir do Centro Espacial de Kourou, na Guina Francesa. O lançamento do SGDC poderá significar uma nova e importante fase para o PEB, em que uma grande empresa brasileira do setor aeroespacial, a Visiona, associada da Embraer, é a principal contratante de outras empresas nacionais e internacionais responsáveis pelo desenvolvimento e execução do projeto e de toda missão espacial. Esse modelo de execução de projetos comerciais na área espacial já é comum entre empresas dos EUA e da Europa.

O SGDC começou a ser planejado em 2009, a partir de iniciativas da Agência Espacial Brasileira, Ministério da Defesa, Ministério das Comunicações e Ministério da Ciência e Inovação.

A Visiona foi escolhida para gerenciar a execução do SGDC e a empresa europeia Thales Alenia ficou responsável pela construção do satélite, com a participação de técnicos e engenheiros brasileiros. Eles foram treinados pela empresa para operação do SGDC a partir de estações de controle instaladas em Brasília e no Rio de Janeiro. Além do treinamento espera-se também a transferência de tecnologia de satélites geoestacionários para o Brasil.

A Rússia está pronta para aperfeiçoar o Centro de Lançamento de Alcântara. A Roscosmos, empresa estatal russa responsável pelas atividades espaciais, poderá participar da criação da infraestrutura necessária para realização do lançamento de grandes veículos espaciais a partir do CLA.

A sonhada internacionalização das operações de lançamento de foguetes a partir do CLA pode estar próxima. Acordos de cooperação para o uso do CLA pelos EUA, França e outros países da comunidade europeia também estão sendo avaliados pela Agência Espacial Brasileira – AEB.

O diretor da Roscosmos, Igor Komarov, ressaltou que Rússia e Brasil já executam projetos conjuntos na área espacial. No passado, o primeiro astronauta brasileiro foi treinado e transportado para a Estação Espacial Internacional a partir da Rússia. Atualmente os dois países cooperam ativamente no sistema de navegação global, conhecido como GLONASS, e em um sistema com telescópios para monitoramento de espacial.

Em futuro próximo, os dois países poderão realizar até mesmo missões espaciais de maior envergadura, como é o caso da Missão ASTER, atualmente em analise por especialistas do INPE e da AEB. Ela pretende levar uma sonda espacial até um asteroide triplo com órbita no sistema solar interior entre as órbitas da Terra e de Marte. Os asteroides como este são conhecidos como NEARs (Near Earth Asteroids) e são potencialmente perigosos, pois podem colidir com a Terra.

No entanto, para manter os projetos atuais na área espacial e ampliar as atividades, o Brasil vai precisar em primeiro lugar triplicar seus recursos humanos na área, com a ampliação e diversificação de programas com empresas, universidades e instituições de ensino técnico. O programa Uniespaço, da AEB, tem feito este trabalho desde 2004 e já coleciona bons resultados.

De fato, o apoio da AEB a iniciativas para formação de novos quadros para o programa espacial brasileiro já resultou na abertura de vários cursos de Engenharia Aeroespacial em várias universidades federais do Brasil, incluindo a UnB. O apoio da AEB e do INPE já resultou no lançamento do nanossatélite (Cubesat) Serpens, em 2015. Por exemplo, alunos da Escola Municipal Tancredo Neves, de Ubatuba, lançaram no final de 2016 com sucesso um nanossatélite, o Cubesat, chamado Tancredo 1.

Um novo modelo de programa espacial brasileiro com maior participação de instituições de ensino e pesquisa associadas a empresas nacionais e internacionais será fundamental para a modernização, continuidade e sustentabilidade do PEB para os próximos anos.

Programa Espacial aereo.jor .brFoto: aereo.jor.br

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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