Quem nasceu para ser José Dirceu, jamais deixará de ser o Zé Dirceu!

Quem nasceu para ser José Dirceu, jamais deixará de ser o Zé Dirceu!

Antes de voltar para a prisão no dia 17 de maio, para cumprir 8 anos de pena por uma condenação sem provas, Zé Dirceu deixou gravado um recado para a militância da esquerda brasileira: “Sigo em luta, apenas de outra trincheira.”  Ou seja, não o calarão, mesmo que cercado e cerceado pelos porões da masmorra de Curitiba.  A matéria que se segue,  publicada no  brasil247 pelo cientista social MARCO RUSSO , presta homenagem e faz justiça ao grande comandante José Dirceu de Oliveira e Silva. 

Quem nasceu para ser José Dirceu jamais será Palocci

“Vá Dirceu de cabeça erguida sabendo que seus acertos o condenaram. Vá Dirceu de cabeça erguida sabendo que aqui fora milhões de pessoas o defendem e o admiram. Leia muito e escreva muito, porque precisamos de suas palavras, como o povo italiano precisou de Gramsci , como o povo Alemão precisou de Hannah Arendt.”

A sua vida foi por uma causa, portanto coletiva, pela construção de um mundo melhor. Nunca parou de lutar por seus ideais, dada a sua liderança sempre tentaram o calar. Mas os muros das prisões, injustas, não o fizeram deixar de acreditar e continuar a influenciar a juventude, as mulheres, os homens para que lutassem por justiça, por mais direitos, pela soberania do Brasil , sempre nos ensinou que essa luta é tarefa daqueles que amam essa terra.

Deve ser feita em quaisquer condições, mesmo as adversas porque nosso povo vale a luta.

José Dirceu dedicou sua vida a construir o PT, a luta por uma sociedade mais justa, mais fraterna e por isso mesmo tem sua liberdade caçada para que não leve o Brasil a uma condição de vida melhor para os mais pobres.

Não o calarão. Como Lula, é preso político. Como Lula, é líder da maior experiência política dos trabalhadores no mundo e como Lula segue na luta por um Brasil decente, humano e feliz.

Sua prisão nos dói, mas em tempos de fascistas no poder, fico a pensar se os grandes homens não devem estar exatamente presos, postos que são as principais referências da oposição ao desmonte de nossa nação.

Estamos separados, mas juntos em ideal. E esse ideal, a verdade, a justiça prevalecerão e sua luta nunca terá sido em vão.

Vá Dirceu de cabeça erguida sabendo que seus acertos o condenaram. Vá Dirceu de cabeça erguida sabendo que aqui fora milhões de pessoas o defendem e o admiram.

Leia muito e escreva muito, porque precisamos de suas palavras, como o povo italiano precisou de Gramsci , como o povo Alemão precisou de Hannah Arendt.

Quem nasceu para ser José Dirceu jamais será Palocci.

Fonte: https://www.brasil247.com/pt/colunistas/geral/393952/Quem-nasceu-para-ser-Jos%C3%A9-Dirceu-jamais-ser%C3%A1-Palocci.htm

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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