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Quem tem medo do Lula?

Quem tem medo do ?

As vezes em que apareceu a possibilidade – real ou não – do Lula voltar a estar livre, causaram pânico nas hostes da . Jornalistas, políticos, empresários, militares – todos expressaram quase desespero diante dessa possibilidade.

Por Emir Sader

CAMISETAS XAPURI
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Que tanto o assusta a todos eles? A ponto que um militar chegou a justificar a aberta e escandalosa pressão sobre o STF na noite anterior ao julgamento do habeas corpus para o Lula, dizendo que, “senão, o processo sairia fora do controle”. Isto é, o processo está sob controle os militares. E o Lula Livre tiraria o processo do controle dos militares. Isto é, permitiria a restauração de uma disputa democrática no Brasil, o que hoje é insuportável para a elite brasileira.

O que significa o Lula colocar o processo fora do controle? Mais do que isso: tiraram a do Lula e também sua palavra. Lula não pode circular pelo Brasil, se encontrar com as pessoas, falar com elas, ouvi-las. Não pode voltar a fazer as Caravanas pelo Brasil. Não pode sequer dirigir a palavra aos outros, mesmo preso.

Que tão perigoso é o Lula? O perigo é para quem? Quem tem medo do Lula? Medo de que o Lula denuncie seu processo, sua condenação, sua prisão? Medo de que, agora, recorde como ele denunciava a falta de isenção do Moro e agora possa confirmar isso com sua participação no governo, como contrapartida de tê-lo tirado da disputa?

De que o Lula denuncie a pressão militar para que o STF não lhe concedesse o habeas corpus e como o STF se ajoelhou diante da pressão? De que o Lula denuncie as condições em que se deram as eleições? De que denuncie como o Judiciário fez vistas grossas diante de todas as irregularidades?

Mas, principalmente, que o Lula recorde como no seu governo os brasileiros viviam muito melhor, eram felizes, tinham emprego, todos podiam dizer o que pensavam, todos podiam ser candidatos. O governo era respeitado, fazia políticas que desenvolviam a economia, programas sociais que atendiam a todos. A educação só se expandia, incorporando a setores cada vez mais amplos nas escolas técnicas, nos institutos de educação, nas universidades.

Recordar que os brasileiros tinham orgulho de ser brasileiros. O país era respeitado no exterior e Lula era um grande personagem da mundial.

A presença política e moral do Lula é demais para lideranças imorais, sem apoio popular, nem capacidade de liderança política. Eles não podem imaginar um debate com o Lula. Perdem o sono de pânico de ter que ouvir os argumentos do Lula, as questões colocadas pelo Lula.

Lula Livre, nas ruas, conversando com as pessoas, visitando lugares, falando com o povo, se reunindo com organizações partidárias, com movimentos sociais, com artistas, com intelectuais, fazendo atos públicos – é demasiado para a fragilidade e artificialidade com que foi construído esse governo. Ele não suporta a força de uma pessoa como o Lula, de uma liderança como a do Lula. O confronto é brutal para um governo eleito com manobras ilegais, liderado por uma pessoa desqualificada, que fugiu o todo dos debates públicos e até das entrevistas.

A presença política e moral do Lula é demais para lideranças imorais, sem apoio popular, nem capacidade de liderança política. Eles não podem imaginar um debate com o Lula. Perdem o sono de pânico de ter que ouvir os argumentos do Lula, as questões colocadas pelo Lula.

Lula se tornou o personagem maldito da brasileira atualmente, porque o tipo de governo e de regime que a direita pode oferecer não tem força, nem estrutura para suportar a comparação com os governos do PT, que começaram com o Lula. Não sobreviveriam a uma disputa democrática aberta. Só existem porque instalaram um regime de exceção e pretendem blindar seu poder. Por isso a luta pela liberdade do Lula se confunde com a luta pela democracia no Brasil hoje. Terminar com a maldição desse governo que instalaram pelo golpe, pelas arbitrariedades jurídicas e pelas trapaças políticas.


emir saderEmir Sader –  Sociólogo
Autor do “O Brasil que queremos. ”

 


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Leia a Revista Xapuri – Edição Nº 81


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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