Quem vacinará os Palestinos?

Quem vacinará os Palestinos?  A vacinação, em escala mundial, se ressente das imensas desigualdades, que só aumentam com a pandemia. Mas a definição da prioridade para os da pública e para os idosos têm permitido dar certa ordem correta no começo da vacinação, situação delicada também pela pequena quantidade de vacinas disponíveis por enquanto. Podemos ver, todos os dias, até aqui, idosos, que nunca tiveram prioridade em nada, serem os primeiros a ser vacinados.

Por Emir Sader

Mas pelo mundo agora, a busca de vacinas é filtrada pelo poder aquisitivo de cada país, privilegiando sempre a Europa, os Estados Unidos e o Japão. A OMS criou um fundo para buscar recursos para os países da , da Ásia e da que não tenham condições de comprar as vacinas de que necessitam.

Um caso particular é o da Palestina, que chama mais ainda a atenção, porque, em todas as classificações de desempenho na vacinação, ocupa o primeiro lugar, pela porcentagem da população já vacinada. Acontece que não se menciona a decisão do governo israelita de excluir os palestinos na vacinação.

A Palestina é um território ocupado militarmente por Israel. Além de que 20% da população de Israel é composta por palestinos, que se deslocaram para viver lá, pela inviabilidade econômica dos territórios palestinos, pela sua ocupação e fragmentação desses territórios pela presença de acampamentos de israelitas.

Enquanto Israel tem o direito a um Estado, os palestinos não têm seu Estado reconhecido. Não recebem vacinas, nem talvez tivessem condições de administrar a vacinação, especialmente na Faixa de , território completamente cercado por Israel.

É como se, digamos, os Estados Unidos desenvolvessem um processo muito efetivo da vacinação, porém excluindo sua população negra, e fossem elogiados pela porcentagem da população branca vacinada.

Quem elogia o desempenho de Israel, sem mencionar a exclusão dos palestinos, é cumplice do apartheid de que são vítimas os palestinos.
Quem se responsabiliza pela vacinação dos palestinos?

Emir Sader – Sociólogo – via 247


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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