Rumos da Educação Mundial

Rumos da Educação Mundial: sobre os resultados do Congresso da Tailândia. O SINTEGO participou do 8° Congresso Mundial de Educação – “Educadores e seus sindicatos assumindo a liderança”

Por Bia de Lima

Foi realizado entre os dias 19 e 26 de julho o 8º Congresso Mundial de Educação. Neste ano, o encontro ocorreu em Bangkok, na Tailândia, e reuniu cerca de 1.400 educadores de 151 países. Com o tema “Educadores e seus sindicatos assumindo a liderança”, o evento teve como finalidade determinar , princípios de ação, programa e orçamento da organização, e eleger o presidente, vice-presidentes e secretário-geral, bem como outros membros da Diretoria Executiva da Internacional da Educação (IE).

O professor Roberto Leão, ex-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), foi reeleito como Vice-Presidente Regional para a da IE.

O congresso foi uma grande oportunidade para a discussão sobre a valorização dos/as profissionais da Educação, a democracia, os direitos humanos e sindicais. No evento, foi aprovada uma resolução que trata da normatização do/a docente e uma normativa contra a mercantilização e privatização da Educação Básica.

Temas políticos foram amplamente abordados no Congresso, e, no dia 21, foi realizado um protesto em defesa da do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em que representantes educacionais do mundo todo levantaram seus cartazes Lula Livre e reivindicaram que ele seja solto, pois está preso por motivações políticas desde 7 de abril de 2018. No protesto, além da liberdade de Lula, foi pedida a união dos povos para enfrentar os ataques de governos conservadores e antidemocráticos.

Houve uma solidariedade muito importante para com o povo brasileiro, em relação a nossa pela democracia e pela escola pública de qualidade. Pudemos sentir o apoio de pessoas de todas as nacionalidades, o que refletiu de forma unânime na boca de todos/as que tiveram a possibilidade de se fazerem ouvir.

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Além de participarmos das atividades, nos envolvemos e nos inteirarmos das dificuldades do mundo, que vive uma onda conservadora, baseada na meritocracia, apoia mecanismos de punição de professores/as, e isso não é um fenômeno percebido só no Brasil.

Concluímos a necessidade de um esforço máximo para que caminhemos juntos com o meio ambiente, cidades sustentáveis, no enfrentamento de brigas universais contra o racismo, o preconceito, a homofobia, a inclusão da história de negros e indígenas, , não militarização de escolas, cuidado com o envelhecimento que acarreta muita dificuldade após os 60 anos, em decorrência da precarização do trabalho. Precisamos, de forma geral, de esforço coletivo para sobreviver.

Diante deste quadro, devemos abandonar aquilo que vem sendo pregado por essa política do individualismo, precisamos recuperar a coletividade, a valorização da vida, andar de mãos dadas com os , homens, mulheres, a diversidade, dando sentido à vida, e continuar trabalhando por um mundo melhor.

Essas políticas sucateiam a Educação, não respeitam as carreiras, querem destruir tudo e têm como objetivo entregar o ensino para iniciativa privada, retirando a possibilidade do concurso público e demais meios de acesso universal. Reforçamos: NÃO ÀS PRIVATIZAÇÕES! Querem tomar de assalto a educação no mundo todo, pois sabem que esse ainda é um espaço em que é possível fazer um bom e grandes mudanças.

Saímos da Tailândia mais certos da defesa de uma rede de proteção aos trabalhadores/as da Educação, principalmente as mulheres, que ainda são mais vitimadas por esse sistema opressor. Voltaremos os ensinamentos para a base, ressaltando a importância de que o Brasil enxergue os/as educadores/as como pessoas fundamentais na defesa da democracia.

#SintegoNaLuta

Bia de Lima – Presidenta do SINTEGO


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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