A Lenda de Santo Antônio Aparecido no Açude do Meio

Um dia, um homem colocou a mão dentro do buraco, procurando por ninhos de passarinhos, e encontrou uma pequena imagem de Santo Antonio. Em comemoração, o dali resolveu fazer uma capelinha de palha para os fiéis orarem ao santo, mas, no dia seguinte, a imagem não estava mais lá.

Depois de muita procura, perguntaram ao homem que a tinha trazido se ele havia pego a imagem e ele respondeu que não. Continuaram procurando até que a encontraram de novo no oco da carnaúba onde havia sido encontrada originariamente. Isso se repetiu umas três vezes e toda vez que levavam a imagem para a capelinha, ela voltava para a carnaúba.
Santo Antnio Dourado
Assim, o povo entendeu que o santo estava tentando transmitir uma mensagem.
 
Era naquele lugar que ele queria ser adorado, de modo que o povo da cidade construiu ali, onde estava a palmeira, uma igrejinha, que, com o , passou por várias adaptações até se tornar o que é hoje a Catedral de Santo Antonio, em Campo Maior.

Desde esse tempo, há mais de três séculos, todos os anos, os campomaiorenses festejam Santo Antonio, sempre no mês de junho.
 
A festa de Santo Antonio Aparecido é, hoje, a maior festa religiosa do Piauí, recebendo fiéis de várias de nosso estado e do .

Na abertura dos festejos ocorre sempre uma enorme procissão com grande quantidade de fiéis percorrendo a cidade atrás da imagem de Santo Antônio Aparecido.
 
Mais atrás, vem o mastro da bandeira do santo que ao final da procissão será erguido em frente à catedral, para, ali, ser hasteada a bandeira.

Como Santo Antonio é tido como o santo casamenteiro, os fiéis, principalmente as , fazem de tudo para tocar no “pau do santo” (no caso, o mastro), pois dizem que quem consegue tocá-lo durante a procissão estará casado até a abertura dos festejos do ano seguinte, de modo que são muitos os casais da cidade que se uniram com a ajuda do santo. 
 
 
 
 
Fontes citadas pelo autor: QUEIROZ, Áurea. Lendas do Piauí. Teresina: Halley, 2013.
 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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