Saudades de Salvar a Vida

Saudades de Salvar a –  O homem tem ânsia da vida. Viver é seu primeiro instinto. O instinto de auto . Aprendemos isso muito cedo e sem muito esforço, pois necessitamos conservar a nossa vida. É verdade que a vida é um dom. Ninguém tem a vida, ela é dada a cada pessoa a cada segundo. Dom Henrique Soares ensina: “quem não sabe o que é a vida não sabe morrer; tem pavor da ”. Outro dia se falava: “somos livres de verdade quando somos livres para nós mesmos”. A vida, aliás, deseja esta para ser ela mesma.

Por Padre Joacir D´Abadia 

Nesta vida quem te representa? Você já fez esta pergunta? Qual é sua atitude diante de sua vida? Será que você vive preocupado e sempre pensando: “como é que sua vida deve ser”, isso é a opinião de todos. Cada um diz qual modo sua vida deve ser. E com isso te coloca no centro daquilo que você pode ser.

Seu “eu” é supervalorizado tornando muito maior do que você mesmo. Reflete, todavia, um egocentrismo, o “eu” como representado por mim mesmo: como eu sinto, como eu gosto, como eu sou. Vou ansiando a mim mesmo, desejando que eu mesmo me basto. Curvo-me diante dos meus valores e aqueles outros os quais ainda irei construir em meu benefício.

Será que estes bens todos em meu próprio benefício não fere em mim a minha consciência? A delicadeza para com a consciência deve fazer com que o homem se curve não diante de si mesmo, antes diante de sua consciência. Não qualquer consciência, porém bem formada para fazer o bem. Onde cada homem, tem o poder de agir corretamente imiscuindo a vida.

Dai ao homem o seu dinamismo de encontro onde cada pessoa tem seu rosto, , sua história. Um olhar essencialmente nos olhos do homem particular, pessoal. Reinante na vida com esquemas novos, capazes de fazer de todo o homem em um homem que relaciona com sua escravidão: seus males.

Que vida é esta? Pode alguns inquirir: “qual vida e onde ela está?”. Esta é a vida natural. Sem problemas com os outros esquemas de vida, fixados pelas vidas alheias, as quais não foram capazes de superarem seus próprios obstáculos criados por si mesmos. Assim, a saudade que a vida almeja salvar é tão somente da vida como ela é: simples; onde o fala no silêncio.

PADRE Joacir d’Abadia, Diocese de -GO
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Filósofo autor de 12 livros, Especialista em Docência do Ensino Superior, Bacharel e Licenciando em , membro das Academias “Academia de Letras e Artes do Goiano” (ALANEG), “Academia de Letras do – seccional Planaltina-GO” e da “Casa do Poeta Brasileiro”.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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