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Sustentabilidade: Jovens extrativistas em defesa da Amazônia

Sustentabilidade: Jovens extrativistas em defesa da Amazônia

Por Memorial Chico Mendes

Chico Mendes foi assassinado por defender a e seu . Ícone da luta pelo , foi um dos fundadores do Conselho Nacional das Populações Extrativistas – CNS que, em 1996, criou o Memorial Chico Mendes, com o objetivo de divulgar, em nível nacional e internacional, as ideias e da luta de Chico e apoiar as comunidades agroextrativistas do Brasil.

O Memorial é uma entidade de assessoria técnica ao movimento social dos extrativistas e tem por finalidades a defesa do meio ambiente, a valorização do , das ideias e da luta de Chico Mendes e a promoção do desenvolvimento sustentável das comunidades extrativistas da Amazônia e de outras regiões do Brasil.

Os territórios tradicionais de uso coletivo além desenvolver um importante serviço ambiental e ecossistêmico, preserva também a valorização dos modos de e a dos povos e comunidades tradicionais no Brasil.

Na Floresta Nacional de Tefé no do , a valorização da cultura e defesa do território vem sendo trabalhado por meio de oficinas e encontros de formação que busca estimular o protagonismo jovem no seu envolvimento para o desenvolvimento das ações de mobilização e organização comunitária.

 

Projeto Jovem Protagonista do Fortalecimento Comunitário já vem sendo desenvolvido há 8 (oito) anos na Flona Tefé, e conta com apoio de parceiros e instituições locais. Além da Flona de Tefé o projeto também e vem sendo implementado em diversas Unidades de Federal em diferentes Estados da região.

O projeto hoje é responsável por incentivar jovens lideranças a ocupar vários espaços de participação social incluindo o cargo de diretor do Conselho Nacional das Populações Extrativista (CNS), à exemplo, do atual secretário de juventude do CNS Dione Torquato.

Para Dione é importante que haja cada vez mais iniciativas como essa que ajude a promover o protagonismo jovem no fortalecimento da organização comunitária. “Para que estas ações continuem sendo desenvolvidas é preciso de algo além dos esforço dos nossos jovens extrativistas que querer estarem envolvidos, precisamos também do apoio de pessoas e organizações que também tenham sensibilidade com o tema e ajude financeiramente para que este importante possa continuar sendo desenvolvido”. Completa Dione, reforçando a importância e necessidade de permanência e ampliação de projetos como Jovem Protagonista do Fortalecimento Comunitário.

Fonte: Memorial Chico Mendes


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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