The Intercept lança Dicionário da #Vaza Jato

The Intercept lança O Dicionário da Vaza Jato

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Editor Executivo

 

Caros, comecei a bater aqui um dicionário com os termos da Vaza Jato. Querem ajudar? Leiam para pegar o espírito da coisa e, caso tenham em mente outros termos que mereçam entrar, respondam a esse e-mail com o termo e a definição. Prometo acrescentar os mais inspirados. Se a coisa se avolumar, posto o dicionário no site do TIB.

Ótimo final de semana a todos!

Melindrar
Transitivo direto e pronominal
Magoar, chocar ou ferir o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
“Melindra alguém cujo apoio é importante”

Filigrana
Sentido figurado
Detalhe, minúcia, particularidade que impede Deltan Dallagnol de fazer o que bem entender pra denunciar alguém.
“Mas a questão jurídica é filigrana dentro do contexto maior que é político”.

Showzinho
Diminutivo do substantivo masculino ‘show’
Espetáculo apresentado em teatro, televisão, rádio, casas noturnas ou mesmo no tribunal, por advogados, quando Sergio Moro não vai com a cara do réu.
“Por que a Defesa já fez o showzinho dela.”

Confidencialidade
Adjetivo de dois gêneros
Palestra de Deltan Dallagnol e Luiz Fux para banqueiros que tem caráter não divulgável; sigilosa, secreta, clandestina.
“Esse bate-papo é privado, com compromisso de confidencialidade, onde o convidado fica à vontade para fazer análises e emitir pareceres sobre os temas em um ambiente mais controlado.”

In Fux we trust
Expressão idiomática
Corruptela de In God We Trust (Em Deus Confiamos), lema nacional dos e do da Flórida, adaptado pela Lava Jato pra dizer que eles têm um ministro do Supremo na mão.
“In Fux we trust.”

Aha, Uhu, o Fachin é nosso
Expressão idiomática
Corruptela de “Aha, Uhu, o Maraca é nosso!”, canto da torcida do Flamengo reivindicando direito de posse do estádio do Maracanã, adaptado pela Lava Jato pra dizer que eles têm outro ministro do Supremo na mão.
“Aha, Uhu, o Fachin é nosso!”

Por favorzinho
Locução adverbial
Súplica do assessor para evitar que o chefe Deltan Dallagnol faça a besteira de participar de um evento ao lado de Jair Bolsonaro.
Deltan rejeitou receber prêmio ao lado de Bolsonaro e “radicais de

Reservado
substantivo masculino
Ato ou efeito de reservar(-se); coisa reservada; reservação usada pelo ex-juiz Sergio Moro para sugerir por baixo dos panos testemunhas de acusação ao Ministério Público Federal ou para expulsar a procuradora Laura Tessler das audiências por ser despreparada.
Exclusivo: chats privados revelam colaboração proibida de Sergio Moro com Deltan Dallagnol na Lava Jato

Shou
Corruptela do substantivo masculino ‘show’
Expressão usada por Deltan Dallagnol para comemorar a manipulação de e atacar o Supremo Tribunal Federal
Deltan e Lava Jato usaram Vem Pra Rua e instituto Mude como lobistas para pressionar STF e governo

Escusas
substantivo
Ato ou efeito de escusar(-se); desculpa, justificação de Sergio Moro por ter chamado membros do MBL de “tontos”.
Lava Jato articulou apoio a Moro diante de tensão com STF, mostram mensagens

Fonte: The Intercept Brasil

 


 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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