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Vera Couto: Uma mulher de cultura nas veias

Vera Couto: Uma de cultura nas veias

Nosso colaborador, Padre Joacir D’Abadia, faz uma linda e merecida homenagem para a Presidente de Honra da ALANEG- Academia de Letras e Artes do Nordeste Goiano/RIDE, ex-secretária de Cultura de , Fundadora da Folia da Roça, Incentivadora da Catira e de outros movimentos folclóricos e culturais da cidade de Formosa. A Dona Vera Couto, Verinha, nossa amiga: todos os muitos Parabéns!

Por Joacir S. D´Abadia

Os anos vão se passando, algumas pessoas mudam de cidade, outras preferem continuar onde estão vivendo rodeada de amigos e familiares, assim é a vida de Dona Vera Couto, nascida em Formosa-GO, em 16/12/1938, filha de Antônio Pereira da Costa e Georgina Celsa de Oliveira, teve em seus pais adotivos Jarbas Antônio de Oliveira e Ana Pereira da Costa (Sá Niquinha) o seu exemplo de vida norteado pelo caráter, honestidade, temor a Deus, estudo e trabalho com retidão, dedicação e dignidade.

Casada com Francisco de Paula Couto (Chiquito Couto), há mais de 60 anos, teve 8 filhos. Desses, os 4 remanescentes são a continuação de sua , herdeiros de sua índole, e fé: Angélica (Tutinha), casada com Júlio; Maria Aparecida (Totinha), casada com Valdir; Toninho (casado com Marlene) e Ana Cléia. Filhos que lhe deram 10 netos e 10 bisnetos, não podendo esquecer das centenas de pessoas que, com carinho, a tratam de “Mãe Vera”, “Vó Vera”, “Madrinha Vera” e “Tia Vera”.

Após seu casamento, foram morar na Fazenda da Barra. Depois de algum tempo, mudaram para a Fazenda Itiquira, ao lado da cachoeira e, com a ajuda do esposo, fundou a Escola Isolada da Fazenda Itiquira, em 1966, onde ministrava as aulas no rancho de palha; sua mesa de trabalho era um carro de boi e as carteiras dos alunos eram tocos.

Durante o período que moraram na fazenda, em parceria com a Igreja Católica, promoveu os chamados pousos de Padre. Participava também, com toda sua família, das festas religiosas, principalmente das folias e rezas da região.

Com a mudança para a cidade de Formosa, continuou sua carreira profissional, como professora e também como coordenadora da merenda escolar.

Em , trabalhou nas Secretarias de Educação e Saúde, prestando serviço durante muitos anos no Hospital de Base.

Pedagoga e professora aposentada, grande estudiosa e defensora de nossas e tradições, fundou a AFROVIDES (Associação dos Foliões da Roça e Violeiros do Divino Espírito Santo), que foi o embrião da Pastoral DIOCESESANA, dos Foliões do Divino Espírito Santo. Sendo, durante muitos anos, Coordenadora Geral da Folia do Divino Espírito Santo – Folia da Roça.

Recebeu diversas homenagens, dentre elas:
2005 – agraciada pelo Governo de com a comenda chanceler da ordem do mérito comunitário;
2006 – Título de “Cidadã Amiga da Cultura” , conferido pelo Museu Couros;
2008 – certificado de “Honra ao Mérito”, conferido pela Casa do Poeta Brasileiro – Seção de Formosa;
2010 – “Mestra em Culturas Populares”, concedido pelo Ministério da Cultura;
2011 – “Medalha do Mérito Legislativo Pedro Ludovico Teixeira”, concedida pelo Governo do Estado de Goiás;
2012 – Título “Mulher de Puro Talento”, concedido pelo então Prefeito Municipal Pedro Ivo;
2013 – Moção de Congratulação, recebida da Câmara dos Vereadores de Formosa;
2013 – Medalha de Honra ao Mérito, da Direção Regional de Educação Junin-Peru, em retribuição aos relevantes serviços prestados à cultura e educação, através do apoio à organização do VI ConLaCol (Congresso Latino Americano de Compreensão Leitoral);
2014 – “Destaque Cultural do Ano”, recebido do Governador Marconi Perillo.
2015 – É concedido o diploma pela Comissão Goiana de de Promotora Cultural, entre vários outros títulos e homenagens.
2020 – MOÇÃO DE CONGRATULAÇAO, recebida da Câmara dos Vereadores de Formosa, por ter sido uma das fundadoras do CEU das Artes de Formosa, no Parque Lago.

Foi Secretária de Cultura do município de Formosa, no período de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2015, com grandes eventos realizados em sua gestão, com reconhecimentos nacional e internacional.

Escritora, lançou o livro “Festa do Divino Espírito Santo – Folia da Roça, A prática da fé através de seus devotos”, fruto de sua experiência, dedicação e amor ao Divino Espírito Santo, por isso é frequentemente, convidada a proferir palestras nos colégios, faculdades e veículos de sobre a Folia do Divino Espírito Santo e sobre o folclore da nossa região.

Foi Conselheira e fundadora do Conselho Tutelar, membro e secretária do Rotary Club de Formosa. Faz parte da Casa do Poeta Brasileiro – Seção de Formosa e da ALANEG (Academia de Letras e Artes do Nordeste Goiana); da comissão goiana folclore, do conselho da AFOREIS –DF (Associação dos Foliões de Reis do Distrito Federal).

É uma das fundadoras da Pastoral da Criança na Diocese de Formosa, onde pertence à Paróquia São José Operário, participando ativamente da Igreja, no ECC, RCC, Vicentinos, Legião de Maria, além de ser Ministra Extraordinária da Comunhão Eucarística e Ministra da Palavra e Pastoral da Liturgia.

Apresentou, por muitos anos, o programa radiofônico “Entardecer Com o Senhor” na Radia 91FM, às sextas feiras, com o Filósofo e escritor Padre Joacir d’Abadia. Atualmente apresenta, juntamente com o Padre, o Programa Encontros de Fé transmitido pela Live do Facebook e pela Web Rádio São José, ambos da Paróquia São José Operário e também veiculado pela radia Imaculada 93,3 FM e é do Conselho e uma das fundadoras da Pastoral Rural dos Foliões da Quase Paróquia de São Bento, do Mosteiro de Nossa Senhora da Ternura de Formosa-GO..

DONA VERA PEREIRA COUTO hoje já aposentada, mas com total dedicação na área social, cultural e religiosa. Grande estudiosa e defensora da cultura goiana e brasileira. Com seus 82 anos de vida, ainda possui a jovialidade de uma professora em início de carreira, ministra palestras em escolas, faculdades, e onde mais for convidada. Seu entusiasmo é tanto pela vida do seu povo que colocou seu nome na disputa por uma cadeira na Câmara dos Vereadores nas Eleições Municipais de Formosa, mesmo não logrando êxito, ela nos ensina que não tem limite de idade para defender a cultura, os costumes e a fé. Nestes seus 82 anos de vida só nos restam desejar: “Salve, salve espaçonave! Salve, salve alegria! Parabéns por sua vida dedicada a nossa cultura!”.

Padre Joacir d’Abadia, pároco e filósofo autor de 12 livros (texto baseado nas informações de revistas e jornais e arquivos da Família Couto)


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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