Santo Antônio, São João, São Pedro. Viva as festas juninas!

SANTO ANTÔNIO, SÃO JOÃO, SÃO PEDRO. VIVA AS FESTAS JUNINAS!

Santo Antônio, São João, São . Viva as festas juninas!

No , não tem inverno sem festa junina. Essa é uma que chegou com os portugueses, desde os anos 1.500

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Na Europa, as festas juninas já existiam bem antes do calendário gregoriano, iniciado pelo papa Gregório XIII (1582-1585). Ou seja, também na Europa, desde muito antigos já se realizavam as festas juninas.  No início, eram festas pagãs associadas aos plantios no campo, organizadas para celebrar as boas colheitas.

Embora as datas dos festejos variem entre as mais diferentes culturas, no Norte da Europa, as celebrações coincidem com o solstício de verão, com temperaturas mais amenas, e na América do Sul com o solstício de inverno, também com o mais frio.

No Brasil, com o tempo, o calendário se associou a três santos da fé cristã venerados no mês de junho: Santo Antônio, 13; São João, 24; e São Pedro, 29. As festas juninas ocorrem por todo o país, mas é na região que acontecem as maiores celebrações.

Não há cidade, povoado ou mesmo grupo de famílias nordestinas que não celebre o seu “São João”, com hasteamento das bandeiras dos santos, quermesses, pé-de-moleque, pamonha, quentão, correio-elegante, paus-de-sebo, fogueiras e danças de quadrilha, que terminam sempre com o famoso “casamento na roça”.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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