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Zoológico amputa garras de leoa para que visitantes possam brincar com ela

Jardim Zoológico amputa garras de leoa para que visitantes possam brincar com animal

Um Jardim Zoológico da está ser alvo de várias críticas depois de ter decidido amputar as garras de uma leoa para tornar o animal “mais seguro”, de forma a que os visitantes pudessem brincar com ele à vontade.

De acordo com vários especialistas, em declarações ao Mirror, a forma como o procedimento foi feito é completamente desumana. Os responsáveis explicaram que cortar as garras a um leão significa “sujeitá-lo a uma dose de dor horrível, muito semelhante à dor de cortar os dedos a um ser humano a sangue frio.”

Além disso, os especialistas falam ainda nas consequências que isto pode trazer na qualidade de vida desta leoa, uma vez que atividades básicas como segurar a ou subir terrenos deixa de ser possível de acontecer.

“Tendo em conta que a amputação não foi feita num meio controlado e higiénico, o risco de infeção é muito elevado”, revelou à mesma publicação um dos responsáveis da associação Four Paws.

Ao mesmo jornal, o responsável do Jardim Zoológico da Palestina disse que este procedimento aconteceu para “reduzir a agressividade da leoa para que fosse mais amigável perante a presença dos mais do que muitos visitantes do parque”.

Um dos veterinários que esteve em cima do acontecimento também afirmou que este não foi um procedimento “cruel”: “Não acho que nada tenha sido cruel, porque o nosso zoo quer dar sorrisos às crianças. A amputação não interfere em nada com a natureza do animal.”

ANOTE:

IMAGENS FORTES NO VÍDEO DA AMPUTAÇÃO, ABAIXO

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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