É ouro: Bia Souza, orgulho nosso!
Brasil leva primeiro ouro nas Olímpiadas de Paris pelas mãos de uma mulher no judô
Por Arthur Silva/Revista Xapuri
Com apenas 26 anos, Beatriz Souza mostrou ao mundo a garra da juventude brasileira. Nesta sexta-feira (2) a judoca conquistou sua primeira medalha olímpica na categoria +78 kg, trazendo um orgulho imenso para o Brasil. Coincidentemente, essa também é a primeira medalha de ouro do país nas Olimpíadas de Paris. Na primeira edição dos Jogos com mais atletas femininas representando o Brasil, no esporte que mais traz medalhas para o país, uma mulher leva consigo o pioneirismo do ouro, em gesto ainda mais simbólico.
Beatriz travou quatro lutas intensas para alcançar essa conquista histórica. Na última disputa, enfrentou a israelense Raz Hershko, vencendo com maestria. A emoção tomou conta do momento, e Bia caiu de joelhos no tatame, revelando ao mundo sua grande vitória: “Eu sou campeã olímpica”.
“É inexplicável. É uma das melhores coisas do mundo. Eu consegui. Deu certo, mãe. Eu consegui. Eu consegui. Foi pela avó. É para a avó, mãe. Eu amo vocês mais do que tudo. Eu amo vocês. Obrigada,” agradeceu Bia, emocionada.
Beatriz Souza se junta agora ao panteão dos grandes atletas do judô brasileiro, um esporte que historicamente tem proporcionado muitas alegrias ao país. Sua conquista inspira não só as novas gerações de judocas, mas também todas as mulheres que sonham em alcançar o topo em suas respectivas áreas.
O ouro de Beatriz é um testemunho do poder do trabalho árduo, da resiliência e da paixão pelo esporte. Seu desempenho em Paris é um reflexo de sua dedicação e do apoio incondicional de sua família e equipe técnica. Além disso, sua vitória representa um avanço significativo para o judô feminino no Brasil, incentivando mais meninas e mulheres a seguirem seus sonhos no esporte.
Beatriz agora é um símbolo de perseverança e um exemplo de como a determinação pode transformar sonhos em realidade.
“Quando falo que é uma vida por um dia, é verdade. A gente abdica de tanta coisa para chegar até aqui e, quando a gente conquista isso, faz tudo valer a pena. Abrir mão do que eu abri valeu a pena”, contou.
Paulista criada no litoral de São Paulo, em Peruíbe, iniciou sua trajetória no judô aos sete anos, influenciada por seu pai. Demonstrou talento e dedicação desde cedo, o que a levou a participar de competições nacionais e internacionais. Não conseguiu a classificação para participar dos jogos de Tóquio em 2020.
Sua paixão pelo judô e o apoio de sua família, no entanto, a fizeram forte e a tão sonhada classificação chegou. Além de classificada, Bia se fez medalhista nestas olimpíadas.
“Nós mulheres somos muito mais forte do que pensamos. Podemos conquistar o mundo se quisermos”, mencionou.
Além do aspecto esportivo, a vitória de Beatriz tem um significado profundo para a representatividade feminina no esporte. Em um cenário onde as mulheres ainda lutam por igualdade e reconhecimento, seu ouro olímpico é um marco de empoderamento.
Beatriz não apenas se destaca como uma atleta excepcional, mas também como uma voz poderosa para a inclusão e igualdade de gênero no esporte. Sua trajetória serve de inspiração para meninas em todo o Brasil, mostrando que é possível alcançar grandes feitos com dedicação, coragem e apoio.
A vitória de Beatriz é uma celebração do espírito humano e da capacidade de superar adversidades, um verdadeiro legado para o esporte brasileiro.
Sinta a energia olímpica e comprove a emoção e o talento de Bia Souza:
Arthur Silva é Estudante de Letras, Língua Portuguesa e Respectiva Literatura, na Universidade de Brasília (UnB). Redator pro bono da Revista Xapuri. Capa: Reprodução/Folha de Pernambuco