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MST produz mais de 50 variedades de feijão orgânico

MST produz mais de 50 variedades de feijão orgânico no Rio Grande do Sul: Experiência tem mais de 3 anos e é realizada em dois assentamentos do município de Piratini

Catiana de Medeiros/ Brasil de Fato | Piratini (RS)

 
O feijão é protagonista de vários pratos típicos do Brasil. É um alimento consumido em todas as regiões do país, misturado com arroz, na salada, no revirado, no acarajé, na feijoada e no baião de dois.
Os assentamentos Conquista da Liberdade e Conquista da , localizados em Piratini, na região sul do Rio Grande do Sul, produzem mais de 50 variedades de feijão. O grande diferencial é que toda a produção é orgânica, ou seja, livre de qualquer substância química e de agrotóxico.
As 20 famílias produtoras se organizam na Apecol, Associação dos Produtores Ecológicos Conquista da Liberdade. O assentado José Venâncio, presidente da Associação, explica como surgiu essa iniciativa há mais de 3 anos.
“Começamos a produzir feijão orgânico numa experiência com a produção de semente vinculada à Embrapa. E começamos a perceber que tinha campo pra avançar na produção de feijão. Nós, então, iniciamos um resgate de produção de sementes crioulas. A gente fez uma primeira lavoura experimental com 13 variedades”.
Após essa primeira experiência, a Apecol realizou a Primeira Feira do Feijão Orgânico no Centro de Piratini. A iniciativa deu tão certo que motivou os camponeses a continuarem apostando no feijão orgânico. No último ano, foram plantadas 32 variedades numa lavoura coletiva. Foram usados apenas produtos naturais que mantêm a boa da e a vitalidade do solo. Isso reflete na qualidade das sementes. Segundo Venâncio, muitas variedades podem ser produzidas em todo o país. Mas o tempo de desenvolvimento, até que o grão esteja pronto para o consumo, é variado.
“O feijão preto precisa entre 90 e 120 dias, depende de sua variedade. Os feijões de cor, plantou e em 60 dias já está colhendo. Nós temos o expedito que é um feijão muito conhecido nessa região, mas um feijão mais conhecido no país é o feijão macanudo. É um feijão bom de panela, antigo, muito antigo, que tem uma geração muito longa. Esse feijão dá em qualquer parte do Brasil. E os feijões de cor — iraí, carioca branco, carioca vermelho — também são feijões que produzem muito rápido e que se adaptam muito no solo mais quente”.
A assentada Lucimar de Sousa, além de produzir feijão orgânico, ajuda a preparar a famosa feijoada que é servida anualmente na feira da Apecol. Ela explica as principais diferenças de algumas variedades, para não ter erro na hora de fazer o prato.
“Temos os feijões grossos, que são chamados os feijões de grãos graúdos, que levam mais tempo para cozimento. Mas temos o feijão iraí, que dá um caldo grosso, mas não serve para feijoada. Ele serve para fazer um prato para comer com o arroz, com outros acompanhamentos. Nós temos o mourinho, que é um feijão que cozinha rápido, ele também é encorpado, bom, dá um caldo grosso. Temos o feijão carioca vermelho, que também dá um caldo espesso. No feijão preto, nós temos o feijão expedito, serve para fazer feijoada, também dá um caldo grosso e espesso. E temos o feijão guerreiro, de casca fina, que dá uma feijoada excelente”.
Quem prestou atenção nas dicas de Venâncio e Sousa foi o Adão da . Ele é assentado em Eldorado do Sul, município que fica a mais de 300 quilômetros de Piratini. Na semana passada, ele visitou, pela primeira vez a Feira do Feijão Orgânico da Apecol. Seu Adão adquiriu algumas variedades, entre elas, a enxofre. A ideia é plantar em seu lote, que é todo orgânico, e dividir o resultado com os vizinhos.
“Eu me importo muito com feijão, porque eu faço sementes de algumas sementes de feijão lá em casa, e eu quero ver outras variedades para ver se consigo produzir na que é uma terra baixa, área de várzea.
Toda a produção da Apecol é certificada como orgânica. Para Venâncio, uma das maiores contribuições que a iniciativa dá à humanidade é o trabalho de resgate e de sementes crioulas.
“É um resgate da para uma vida sustentável, para uma vida com menos dificuldade, com uma vida mais saudável, porque tu está consumindo um produto que te diminui o risco de contaminação”.

Edição: Júlia Rhoden

Fonte: brasildefato


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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