Cuba celebra 65 anos da revolução

Cuba celebra 65 anos da com a presença de Raul Castro

A cidade de Santiago de Cuba foi escolhida como palco principal das comemorações do 1º de janeiro. Há 65 anos, Fidel Castro anunciava ao o triunfo do movimento rebelde

Por Portal Vermelho

Diversos atos por toda Cuba celebraram nesta segunda (1) os 65 anos do triunfo da . Com presença de Raul Castro, líder do movimento revolucionário, e do presidente Miguel Díaz-Canel, a população homenageou o movimento que tomou a capital do país caribenho em 1º de janeiro de 1959.

A cidade de Santiago de Cuba foi escolhida como palco principal das comemorações do 1º de janeiro. Diante da antiga sede da Câmara Municipal da cidade, de onde Fidel Castro anunciou ao povo a vitória do movimento rebelde, em 1959, Díaz-Canel afirmou que o triunfo significou dignidade e justiça para todos.

“Esta é a Revolução que conquistou as liberdades democráticas para todos os trabalhadores, colocando os meios de produção nas suas mãos”, disse o presidente cubano.

O presidente cubano destacou os grandes pilares de Cuba depois de 1959, como a reforma agrária, a e a saúde pública. Nesse sentido, destacou “os criadores” da revolução que “a trouxeram invicta” à nova geração do país.

Díaz-Canel afirmou que o movimento revolucionário “merece o maior dos reconhecimentos” e que, como gratidão, “as gerações seguintes serão leais para a história”.

Díaz-Canel narrou os 65 anos do processo revolucionário, destacando o momento em que a guerrilha do Exército Rebelde, liderada pelo comandante Fidel Castro (1926-2016), entrou vitoriosa na cidade de Santiago de Cuba em 1º de janeiro de 1959, para anunciar a fuga de o tirano Fulgêncio Batista e o fim da .

O chefe de Estado da ilha destacou os esforços ao longo destas mais de seis décadas, para tentar manter vivo o espírito da revolução de 1959 e a intransigência na defesa da soberania e independência nacionais.

Assinalou os avanços alcançados nestes anos nos setores da educação e saúde pública, destacando as contribuições de Cuba com centenas de brigadas médicas que prestaram seus serviços em vários países, durante catástrofes, crises sanitárias e pandemias, e em campanhas massivas de alfabetização ao redor do mundo

Destacou que a partir de 1959 foram realizadas obras de “sustentado significado social que em poucos anos transformaram um país pobre e atrasado numa referência mundial em educação, saúde, desporto e cultura”.

“Esta é a revolução genuína e profunda da reforma agrária e da reforma urbana que empoderou o povo ao nacionalizar os serviços, os interesses populares, a terra, as indústrias, os bancos, as comunicações, as grandes construções e , os transportes, o comércio interno e externo”, afirmou.

Díaz-Canel também denunciou o bloqueio dos EUA e garantiu que “a maioria do povo cubano sabe que a unidade em torno do Partido e da Revolução permitirá a preservação da nação cubana e das suas conquistas”.

“Este país tem dignidade, talento e vontade suficientes para ultrapassar a barreira e saltar por cima dela com os seus próprios esforços. Não será em um dia, mas faremos isso”, disse ele.

Raul Castro participa das comemorações em Santiago de Cuba

Por sua vez, o líder histórico da Revolução Cubana, Raúl Castro, reconheceu que foram muitos os desafios enfrentados para chegar ao 65º aniversário da Revolução, “mas valeu a pena. O trabalho da Revolução e suas conquistas sociais mesmo em meio às dificuldades corroboram isso”.

“Estamos reunidos no mesmo lugar onde Fidel proclamou, em 1º de janeiro de 1959, o triunfo da única Revolução que existiu em Cuba, iniciada em 10 de outubro de 1868 por Carlos Manuel de Céspedes, o Pai da Nação”, expressou.

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Acto por el 65 aniversario del triunfo de la revolucion, en el parque Carlos Manuel de Cespedes, de Santiago de Cuba. Foto: Ismael Francisco/ Cubadebate.

O general do Exército afirmou que em 1º de janeiro de 1899, os Estados Unidos usurpou a vitória do povo cubano sobre a Espanha e dominou a ilha durante 60 anos. Da mesma forma, recordou as palavras de Fidel Castro na noite da vitória, nas quais advertiu que “a Revolução começa agora. A Revolução não será uma tarefa fácil. A Revolução será uma tarefa difícil e cheia de ”.

Sublinhou que o caminho não tem sido fácil, especialmente devido à agressividade do governo norte americano, à sua agressão militar e terrorista e ao bloqueio para destruir a Revolução e apagar o seu exemplo para outros .

“A política de hostilidade e bloqueio permanente do Governo dos Estados Unidos é a principal causa das dificuldades da nossa economia. Não tenham dúvidas sobre esta realidade. Mesmo que o inimigo invista milhões de dólares e muito esforço para escondê-lo”, afirmou. disse.

Indicou que a liderança da Revolução se caracterizou ao longo dos 65 anos pela sua transparência e espírito autocrítico, ao debater com o povo as insuficiências para erradicá-las em conjunto.

Neste sentido, afirmou que Cuba foi obrigada a criar as suas próprias formas de fazer as coisas, o que indica a capacidade criativa da Ilha, que superou as agressões externas, a força da e os nossos próprios erros ao longo de 65 anos.

“Aqui estamos e aqui estaremos”, assegurou, e destacou que isso foi possível graças à do povo, à sábia liderança do Comandante-em-Chefe, Fidel Castro, à existência do Partido e à unidade da nação.

Fonte: Portal Vermelho Capa: Reprodução

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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