“Espaço Chico Mendes e Fundação BB na COP 30” é aberto nesta sexta-feira, no Museu Goeldi

“ESPAÇO CHICO MENDES E FUNDAÇÃO BB NA COP 30” É ABERTO NESTA SEXTA-FEIRA, NO MUSEU GOELDI

“Espaço Chico Mendes e Fundação BB na COP 30” é aberto nesta sexta-feira, no Museu Goeldi

Nos próximos 15 dias, em uma área de 7 mil metros quadrados, estão programados dezenas de eventos, entre os quais os encontros de mulheres indígenas e extrativistas e de juventudes das águas e das florestas

Por Museu Paraense Emílio Goeldi

Museu Goeldi | COP30 com Ciência – O “Espaço Chico Mendes e Fundação BB na COP 30” será aberto, às 18h desta sexta-feira (7/11), com a “chegança dos povos da floresta” ao Campus de Pesquisa do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), no bairro de Terra Firme, em Belém (PA). Durante 15 dias, em uma área de 7 mil metros quadrados, estão programados dezenas de eventos, entre plenárias, painéis, shows, cinema, oficinas e exposições temáticas, além dos encontros das mulheres indígenas e extrativistas e das juventudes das águas e das florestas. A entrada é gratuita.

A solenidade de abertura do espaço reunirá diversas autoridades e lideranças extrativistas de todos os biomas, além de um ritual especial de boas-vindas aos participantes para esse diálogo sobre a agenda climática e socioambiental, no contexto da Conferência das Partes (COP), que acontece na capital paraense. O espaço é uma realização do Comitê Chico Mendes, do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) e da Fundação Banco do Brasil, com o apoio do Memorial Chico Mendes, do Museu Paraense Emílio Goeldi e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).

Até o dia 21 de novembro, haverá uma programação cultural, política, socioambiental e de mobilização dos movimentos sociais, além de exposições temáticas e apresentações culturais (acompanhe AQUI). O local também abrigará o Armazém da Sociobiodiversidade e um Balcão de Negócios, além do lançamento do Plano Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais (PNPCT). Outro destaque são os encontros de comunidades e coletivos, como o das Mulheres Indígenas da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA) e o Encontro de Juventudes da Floresta; entre outras ações.

O “Espaço Chico Mendes e Fundação BB na COP 30” pretende reafirmar a memória e os ideais de Chico Mendes, que permanece como símbolo de resistência no planeta, e promover amplos debates abertos ao público com lideranças sobre temas centrais. Entre os temas abordados estão: Financiamento para povos e comunidades tradicionais – mecanismos de acesso por meio de fundos comunitários; Juventudes das águas e das florestas e a COP 30: caminhos para a justiça climática”; Movimento de atingidos por barragens; Familiares de mortos e desaparecidos do campo, vozes dos que ficaram; Raízes resistentes: mulheres afrodescendentes pela justiça climática e biodiversidade, entre outros.

SERVIÇO:

O QUE É: Solenidade de abertura do Espaço Chico Mendes e Fundação BB na COP 30
QUANDO: 7 de novembro – sexta-feira, às 18h
ONDE: Campus de Pesquisa do Museu Paraense Emílio Goeldi – Av. Perimetral, 1901 – Terra Firme, Belém
PROGRAMAÇÃO: Espaço Chico Mendes

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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