Estado mínimo ou Estado de bem estar social?

Estado mínimo ou Estado de bem estar social?

mínimo ou Estado de bem estar social? Eleições terão duelo entre dois modelos

Após quase 7 anos de encolhimento, país vai escolher entre Estado mais distante ou mais presente na dos brasileiros…

Por Ayrton Centeno/via Brasil Popular

O Estado será o grande personagem das eleições deste ano. Depois de três anos de Michel Temer e quase quatro de Jair Bolsonaro, o país decidirá se deseja seguir no caminho dos últimos ou se vai mudar. Dirá se quer continuar apostando em um Estado distante da maioria – presente apenas quando forçado pelas circunstâncias, como ocorreu na pandemia – ou se quer sua presença mais forte e atuante.
O primeiro tem como modelo o Estado mínimo. Nele, o mercado é quem dita o jogo da economia. O segundo é o Estado de bem-estar social. Neste, o Estado assume um papel mais decisivo de participação e acolhimento. Mas onde estão as demais diferenças entre os dois modelos? Vamos acompanhar:  

Estado mínimo ou neoliberal

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Estado de bem-estar social

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Depois de FHC, ataque ao Estado foi retomado com Temer e Bolsonaro

Movimento foi acompanhado pela investida contra os direitos dos trabalhadores
No Brasil, o primeiro grande movimento no sentido da diminuição do poder do Estado ocorreu durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Houve privatizações nos períodos Sarney, Collor e Itamar, mas alcançou o auge com FHC.
Entre 1995 e 2002, com o apoio do empresariado, da mídia e do Judiciário, foram privatizadas grandes empresas públicas como a Vale do Rio Doce, a Telebras, a Companhia Siderúrgica Nacional e a grande maioria dos bancos estaduais. Muitas vendas ocorreram com subavaliação e financiadas pelo próprio Estado, fazendo com o processo também fosse chamado de “privataria”.
A venda deveria reduzir a dívida pública que era de US$ 78 bilhões em 1996. Mas não funcionou. O país ficou sem seu e, em 2002, já estava devendo US$ 245 bilhões.

Nos períodos e Dilma, a prioridade voltou a ser o fortalecimento do poder do Estado como fora, no passado, nos governos trabalhistas de Getúlio Vargas e João Goulart. Mesmo os governos militares apostaram no Estado como indutor do .
Após o golpe de 2016 contra a presidenta Dilma, retomou-se o ataque ao Estado com os governos de Temer e Bolsonaro. Ao mesmo tempo, começou a investida contra os direitos trabalhistas.    

Como não jogar contra seu próprio time

Quando o eleitor e a eleitora sabem de que lado estão os candidatos, podem escolher com menor risco de errar
O confronto entre as duas concepções de Estado é histórico e não apenas no Brasil. Se a gente for observar os partidos hoje em atuação, é possível alinhá-los com um lado ou outro.
Os partidos à ou à centro-esquerda do espectro político estão muito mais próximos do Estado de bem-estar social. O que é fácil de perceber nas suas ações seja no governo seja na oposição.
É o caso do PT que governou o país entre 2003 e 2016 através das gestões Lula e Dilma. Pertencem ao mesmo grupo: PCdoB, PSOL, PSB, PDT e Rede. No período, houve forte investimento em programas sociais em favor da soberania alimentar, da habitação popular, da e da saúde, por exemplo.
Estavam na oposição, e hoje estão no poder, partidos situados à centro-, direita e . Alinham-se à pregação neoliberal do Estado mínimo ou, ao menos, à redução drástica do papel do Estado.
São adeptos das privatizações, votam pela redução dos direitos dos trabalhadores e a favor dos patrões. Entram neste rol legendas conservadoras ou ultra-conservadoras como PL, PP, União Brasil, PSDB, MDB, Podemos, Republicanos, PTB, PRTB, PSC e Novo.
Na hora do voto, o eleitorado vai decidir sobre o Estado que prefere: se mais presente ou mais ausente. Por isso mesmo, é importante que o eleitor ou a eleitora saiba a que turma pertence o seu candidato. Pode ser um voto afinado com os seus interesses ou um gol contra seu próprio time.
* Colaborou Wálmaro Paz

 

http://xapuri.info/um-pais-ao-deus-dara/

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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