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Educar para Libertar: Transformar a sociedade…

Educar para Libertar: Transformar a sociedade à luz de  

❤️ LIVE SOLIDÁRIA EDUCAR PARA LIBERTAR: TRANSFORMAR A SOCIEDADE À LUZ DE PAULO FREIRE ⏰ Dia: 15/10, às 21h 📍 Mediadora: Iolanda Rocha 🗣️ Participação: 📌 Alva Rosa Vieira – Professora. Indígena 📌 Valdinei Gomes – . Educação Quilombola 📌 Rosilene Corrêa – SINPRO/CNTE


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Biografia de Paulo Freire

Por Dilva Frazão –  Biblioteconomista e professora

Paulo Freire (1921-1997) foi um educador brasileiro, criador do método inovador no ensino da alfabetização para adultos. Seu método foi levado para diversos países.Paulo Freire nasceu no Recife, Pernambuco, no dia 19 de setembro de 1921.

: primeiros anos de

Filho de Joaquim Temístocles Freire, capitão da Polícia Militar, e de Edeltrudes Neves Freire, Paulo morou na cidade do Recife até 1931.Depois desse período foi viver no município vizinho de Jaboatão dos Guararapes, onde permaneceu durante dez anos.

Formação

Paulo Freire iniciou o curso ginasial no Colégio 14 de Julho, no centro do Recife. Com 13 anos perdeu o seu pai e coube a sua mãe a responsabilidade de sustentar todos os 4 filhos.Sem condições de continuar pagando a escola, sua mãe pediu ajuda ao diretor de Colégio Oswaldo Cruz, que lhe concedeu matrícula gratuita, o transformou em auxiliar de disciplina, e posteriormente em professor de portuguesa.Em 1943 Paulo Freire ingressou na Faculdade de Direito do Recife. 

Carreira

Depois de formado, Paulo Freire continuou atuando como professor de português no Colégio Oswaldo Cruz e de Filosofia da Educação na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco.Em 1947 foi nomeado diretor do setor de Educação e Cultura do Serviço Social da Indústria.Em 1955, junto com outros educadores fundou, no Recife, o Instituto Capibaribe, uma escola inovadora que atraiu muitos intelectuais da época e que continua em atividade até os dias de hoje.

Livro Pedagogia do oprimido

O livro lançado por Paulo Freire em 1968 é das mais importantes obras de educação do e foi construído a partir da sua experiência como educador vivida durante os anos passados no Chile.

Livro Pedagogia da autonomia

A obra Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa foi a última obra publicada em vida pelo educador.Ao longo do livro o pedagogo resume as questões que o motivaram ao longo da vida e discute aspectos chave da educação como, por exemplo, o fato de que ensinar não é apenas transferir conhecimento. 

Frases de Paulo Freire

A Educação, qualquer que seja ela, é sempre uma teoria do conhecimento posta em prática.

A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.

Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.

Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo.

Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.

Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre.

Método de Alfabetização Paulo Freire

Preocupado com o grande número de adultos analfabetos na área rural dos estados nordestinos – que formavam consequentemente um grande número de excluídos – Paulo Freire desenvolveu um método de alfabetização.Sua proposta de ensino estava baseada no vocabulário do cotidiano e da realidade dos alunos: as palavras eram discutidas e colocadas no contexto social do indivíduo. Por exemplo: o agricultor aprendia as palavras, cana, enxada, terra, colheita, etc.Os alunos eram levados a pensar nas questões sociais relacionadas ao seu trabalho. A partir das palavras base é que se ia descobrindo novos termos e ampliando o vocabulário.

O primeiro projeto usando o método de Alfabetização Paulo Freire

A iniciativa do educador foi aplicada pela primeira vez em 1962 na cidade de Angicos no sertão do Rio Grande do Norte, quando foram alfabetizados 300 da agricultura.O projeto ficou conhecido como “Quarenta horas de Angicos”. Os fazendeiros da região chamavam o processo educativo de “praga comunista”.

A e o exílio

Com o golpe militar de 1964, Paulo Freire foi acusado de agitador e levado para a prisão onde passou 70 dias. Em seguida, após ser libertado, se exilou no Chile.Durante cinco anos desenvolveu trabalhos em programas de educação de adultos no Instituto Chileno para a Reforma Agrária.Em 1969, Paulo Freire lecionou na Universidade de Harvard. Durante dez anos, foi consultor especial do Departamento de Educação do Conselho Municipal das Igrejas, em Genebra, na Suíça.O educador viajou por vários países dando consultoria educacional.

O regresso ao Brasil

Em 1980, com a anistia, Paulo Freire retornou ao Brasil, estabelecendo-se em São Paulo.Foi professor da UNICAMP, da PUC e atuou como Secretário de Educação da Prefeitura de São Paulo na gestão de Luísa Erundina.

Reconhecimento

Por seu trabalho na área educacional, Paulo Freire foi reconhecido mundialmente. Ele é o brasileiro com mais títulos de Doutor Honoris Causa de diversas universidades. Ao todo são 41 instituições, entre elas, Harvard, Cambridge e Oxford.

Livros de Paulo Freire

  • Educação Como Prática da Liberdade (1967)
  • Pedagogia do Oprimido (1968)
  • Cartas à Guiné-Bissau (1975)
  • Educação e Mudança (1981)
  • Prática e Educação (1985)
  • Por Uma Pedagogia da Pergunta (1985)
  • Pedagogia da  (1992)
  • Professora Sim, Tia Não: Carta a Quem Ousa Ensinar (1993)
  • À Sombra Desta Mangueira (1995)
  • Pedagogia da Autonomia (1997)

Vida pessoal

Em 1944 Paulo Freire se casou com Elza Maria Costa de Oliveira, professora primária, com quem teve cinco filhos.Após a morte de sua primeira esposa, casou-se com Ana Maria Araújo Freire, conhecida como Nita Freire, uma ex-aluna do Colégio Oswaldo Cruz.

Morte

Paulo Freire faleceu em São Paulo, no dia 2 de maio de 1997, vítima de insuficiência cardíaca.


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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