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No rastro da onça pintada, a estrela do Pantanal 

No rastro da onça pintada, a estrela do Pantanal

No Brasil, a onça-pintada está presente na Amazônia, no Pantanal, na Mata Atlântica e, criticamente ameaçada, na Caatinga.  Infelizmente, nos Pampas ela já foi extinta…

Por Izalete Tavares

A onça-pintada é o maior felino das Américas, podendo pesar até 158 kg e medir 75 cm de altura. É um animal considerado oficialmente extinto nos Estados Unidos e ameaçado em outros países onde a espécie ocorre.

No Brasil, a onça-pintada está presente na Amazônia, no Pantanal, na Mata Atlântica e, criticamente ameaçada, na Caatinga.  Infelizmente, nos Pampas ela já foi extinta.

Por ser um animal de grande porte, a onça-pintada precisa de uma extensa área para sobreviver e, devido à caça ilegal, queimadas e desmatamento, seu habitat natural está sendo cada vez mais reduzido.

No Pantanal, a história é outra! Onde antes havia fazendeiros matando onças para proteger suas vacas, hoje podemos ver pessoas que ganham mais com a preservação desses animais do que com suas mortes.

Hoje o Pantanal Norte passou a ser o melhor lugar no mundo para se observar onças-pintadas na natureza. Ali, a região de Porto Jofre tornou-se um verdadeiro refúgio para a espécie e um paraíso para os admiradores da grande estrela do Pantanal, uma vez que a observação à distância, feita de maneira correta, sem nenhum tipo de ceva, não as incomoda.

As onças vão para as margens do Rio Cuiabá e alguns corixos para beber água e capturar suas presas (as preferidas são os jacarés e as capivaras). Nesse momento, graças à experiência dos guias e piloteiros da região, as pessoas que estão nos barcos, fazendo o mínimo de barulho possível, podem vê-las com relativa facilidade.

O avistamento de onças já se tornou tão comum por ali que em alguns lugares os guias garantem o avistamento da onça ou seu dinheiro de volta.

No passeio, você pode presenciar cenas incríveis da natureza como, por exemplo, ter a sorte de ver a onça cruzando o rio ou até mesmo caçando sua presa bem diante de seus olhos. Ou quem sabe ver a onça com seus filhotes andando nas margens do rio. Vai depender da sua sorte!

As onças de Porto Jofre são catalogadas e estudadas pelo projeto Jaguar Identification (jtaguaridprojec). A identificação de cada indivíduo é feita com a ajuda de suas manchas pretas. Cada uma possui um formato único, como se fosse nossa impressão digital.

Os nomes são dados de acordo com o comportamento do animal ou por alguma característica única presente nele. E o melhor: se encontrar uma onça-pintada que ainda não está no Jaguar Field Guide, você poderá escolher o nome dela!

Izalete Tavares – Fotógrafa da Vida Selvagem. izaletetavares @izaletetavares no Instagram

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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