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“Os corajosos morrem vivos, e os covardes vivem mortos”

“Os corajosos morrem vivos, e os covardes vivem mortos”

Lepa Radić
 
Por Zezé Weiss
 
 
No mesmo ano de 1941,  no mês de novembro, Lepa e sua irmã Dara foram presas  pelo Ustaše. Em 23 de dezembro, com a ajuda de partidários disfarçados, as duas conseguiram fugir da cadeia.  Em seguida, Lepa se juntou à  7ª companhia partidária do 2º Destacamento Krajiški.
 
No início de  fevereiro de 1943,  Lepa Radić foi responsável pelo transporte dos feridos na Batalha de Neretva para um abrigo em Grmeč. Logo depois, ela foi capturada e levada para Bosanska Krupa, onde foi terrivelmente torturada por vários dias e, depois de se recusar a entregar seus camaradas, foi condenada  à morte por enforcamento.
 
Ao amarrar a corda em seu pescoço, seus captores ofereceram a ela delatar seus camaradas e, assim, se livrar da morte. Ela preferiu “morrer viva” do que se tornar uma delatora. Ao ser interrogada sobre os nomes deles, respondeu:  Vocês vão encontrá-los  quando eles vierem vingar a minha morte. Todos eles foram executados na mesma árvore em que tiraram a vida de Lepa.

Como mensagem de despedida, Lepa Radić teria dito: “Os corajosos morrem vivos, e os covardes vivem mortos.” 

Em 1951, Lepa recebeu a Ordem do Herói do Povo por seu papel no Movimento de Resistência contra o nazismo durante a Segunda Guerra Mundial. 
 
Fontes:
 
Lepa Radic

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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