UM DEMOCRATA CONVICTO

UM DEMOCRATA CONVICTO

UM DEMOCRATA CONVICTO

O companheiro Athos Pereira foi e sempre será uma referência de luta pela e exemplo de compromisso com o brasileiro e com o Partido dos

Alexandre Padilha

Um excepcional militante, um fantástico de ação política, que em muito contribuiu para orientar a minha própria militância. Talvez não por acaso, nasceu em um 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, e nos deixou em um dia 13, o número do PT. Gratidão por tudo, Athos Pereira, meu professor de vida e de luta! 

Iêda Leal

Athos Pereira, cidadão goiano da melhor estirpe e destacado vice-presidente do Partido dos Trabalhadores em Formosa-GO, foi um democrata convicto, fundador e organizador do Partido dos Trabalhadores em nível nacional. Sua partida provocou uma imensa perda para a política e para aqueles e aquelas que acreditam na social e nos direitos da classe trabalhadora. Sua trajetória como ex-membro do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores e sua luta incansável por um país mais justo e igualitário marcou significativamente o nosso PT e a sociedade como um todo. A de Athos Pereira aos ideais do Partido dos Trabalhadores e seu em prol do social e econômico foram amplamente admirados. Sentimos sua falta e, em reconhecimento ao seu e contribuição para a política, por nossa inciativa, na sessão do dia 13 de agosto, data de sua , o plenário da Assembleia Legislativa de Goiás fez um minuto de silêncio, em respeito a uma das vozes mais influentes na defesa da justiça social e da liberdade em Goiás, e ofereceu as suas condolências à família. Athos Pereira, Presente! 

Bia de LimaDepoimento com base em excerto de moção da deputada do PT, lida no plenário da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), em 13 de agosto de 2024, dia do encantamento de Athos Pereira

FILHA E FILHOS

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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