Esquina: A defesa da democracia

A defesa da democracia está na Esquina

Esquina
Políticos se pronunciam na Esquina da /Fonte: Rafael Vasconcelos

Ontem, 11 de outubro de 2018, ocorreu o evento “Eleitores de Ciro, Haddad e Boulos juntos contra o Bolsonaro”, no bar Esquina da Democracia, localizado na Lapa. A ocasião reuniu opositores do candidato da e propôs uma discussão de princípios democráticos em torno da mesa de bar. Mais de 125.000 pessoas demonstraram interesse rapidamente na página do Facebook e nem mesmo a chuva conteve a reunião dos presentes.

O evento contou com a presença de vários políticos fluminenses. Tarcísio Motta e Ivanete , candidatos ao governo do Rio, e deputados eleitos nesse domingo como Marcelo Freixo, Jandira Feghali, Talíria Petrone e Renata Souza participaram do ato.

A importância da união foi o assunto principal da noite. A página no Facebook já havia iniciado a discussão, sinalizando a necessidade do diálogo e da contra o no momento atual. Mas, foi no Esquina da Democracia que a teoria tornou-se prática: integrantes e simpatizantes de diferentes partidos se juntaram e confraternizaram juntos, em um momento em que a polarização poderia separá-los.

Esquina
Jandira Feghali dá força e para/com o segundo turno – Créditos : autoral

O ambiente descontraído também foi essencial para desenvolver a proposta. Em torno da festa, que apresentou boa e diferentes grupos de pessoas, a se fez presente e mostrou que a luta também ocorre nos ambientes considerados de lazer. Nem mesmo o foi capaz de enfraquecer o encontro: mesmo debaixo de chuva o apoio ao evento não cessou, e os participantes se integraram no espaço.

Sob os Arcos da Lapa, a defesa da democracia ganhou força, voz e participação popular. No momento de confraternização, a luta demonstrou-se viva. Ao fim, a reunião confirmou seu objetivo: promover o entendimento de que a união das pessoas e das ideias é essencial na luta contra a intolerância.

ANOTE AÍ

Fonte: Agência de Notícias das Favelas

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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