Se não é amigo de cachorro, boa pessoa não é!

Se não é amigo de , boa pessoa não é!

 
Os cães podem não parecer muito inteligentes quando começam a perseguir suas próprias caudas, mas, de muitas maneiras, são criaturas com um grande potencial mental. Em particular, eles são muito conscientes socialmente, tanto com humanos quanto com outros cães. Muitos estudos mostraram que eles podem sentir emoções humanas, como diferenciar rostos felizes e irritados e até mesmo ficar com ciúmes. No entanto, parece que eles também podem sentir se uma pessoa é ou não é confiável. E tenha certeza: uma vez que um cão percebe algo ruim no ar, ele dá sinais e você precisa estar atento(a).
Você já deve ter percebido que os cães entendem o que significa que um ser humano apontando para algo, ou seja, se o proprietário de um cão aponta para a localização de uma bola, vara ou comida, o irá correr e explorar o lugar ao qual a pessoa aponta. Mas, o que você talvez não saiba é que as últimas pesquisas mostram que eles são rápidos em descobrir se esses gestos podem ser enganosos. Em um publicado na revista Animal Cognition, uma equipe liderada por Akiko Takaoka da de Kyoto no Japão apresentou 34 cães e três rodadas de apontar.
Na primeira rodada, os pesquisadores apontaram para um recipiente cheio de comida que estava escondido. Na segunda rodada, eles apontaram para um recipiente vazio, também escondido. Na terceira, apontaram novamente para aquele que estava com comida, embora os cães não tenham respondido a esta última indicação. Isso sugere, de acordo com Takaoka, que os cães poderiam usar sua experiência com o pesquisador para avaliar se eles são confiáveis. Após essas rodadas, um novo membro do estudo apontou para o mesmo lugar do terceiro experimento e os seguiram essa nova pessoa com interesse.
Takaoka diz que ficou surpreso ao ver que os cães “desvalorizaram a confiabilidade de um ser humano” tão rapidamente. “Eles têm uma inteligência social mais sofisticada do que pensamos, que evoluiu seletivamente em sua longa ao lado dos seres humanos“. O próximo passo, de acordo com o especialista, seria testar outras espécies estreitamente relacionadas, como os lobos. Isso revelaria os “efeitos profundos da domesticação” na inteligência social dos cães. Assim, o estudo destacou que os cães são atraídos para coisas previsíveis.

 

C%C3%A3o Sentimentos
Assim que os eventos de suas vidas se tornam irregulares, eles procurarão coisas alternativas para fazer. E se, de forma constante, eles não sabem o que vai acontecer, eles podem ficar estressados, agressivos ou temerosos. “Cães cujos proprietários são inconsistentes com eles geralmente têm transtornos comportamentais”. Esta última parte do experimento pode ser explicada pelo fascínio dos cães com algo novo: “Os cães são quase um banco de dados de gestos”, disse Bradshaw da Universidade de Bristol, “é por isso que o segundo pesquisador foi mais confiável porque o primeiro os decepcionou e eles lembraram”.
Essa descoberta não é surpresa para uma chamada Victoria Standen. Ela possui um collie, considerada uma das raças mais inteligentes. Quando você faz uma caminhada, o collie sempre fica em uma interseção e espera para ver qual caminho você vai levar. “Muitas vezes eu o ensinei o caminho de volta para casa e ele, quando começava a caminhar por um local diferente do ensinado, olhava para mim como se perguntasse se aquele era realmente o trajeto certo”, disse Standen. Além disso, se um estranho provou ser pouco confiável (ou uma fonte de alimento), seu cachorro provavelmente se desconfiar dele. “Ficou bem claro que os cães são mais espertos do que se acreditava anteriormente”, confirmou.
Collie
Os cães são muito sensíveis ao comportamento humano, mas têm menos preconceitos. Eles vivem no presente, não refletem sobre o passado de forma abstrata, nem planejam o . E quando eles encontrarem uma situação, eles reagirão de acordo com a situação em vez de pensar profundamente sobre o que isso implica. “Então, é claro que os cães não ouvem atentamente quando fazemos um gesto como o do estudo mostrado, mas eles avaliam a que lhes damos com base na ajuda que eles conseguem alcançar seus objetivos”, disse Brian Hare, pesquisador envolvido no teste.
“Por exemplo, muitos cachorros de família podem ignorar os gestos que seus donos fazem quando eles apontam incorretamente e usam a para cheirar e encontrar o que estava escondido”, acrescentou. Em conclusão, se seu cão é geralmente amigável e, com uma determinada pessoa, se comporta diferente, é bom prestar atenção ao que ele está tentando dizer. Eles, na maioria das vezes, têm certeza se aquela pessoa é ou não confiável. Observe os sinais!

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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