Seriema cantando cedo é sinal de dia quente na Caatinga
A seriema (Cariama cristata L.), também conhecida em alguns estados do Nordeste brasileiro como sariema, é uma ave da família Cariamidae que mede próximo a um metro de altura, com ocorrência em amplo território nacional, exceto nas áreas com vegetação densa da Amazônia. Fora do Brasil é comum em regiões da América do Sul como Bolívia, Paraguai, Uruguai e Argentina.
Por Eduardo Henrique
A alimentação desta ave baseia-se em insetos, roedores, ovos de outras aves e pequenos répteis, incluindo pequenas serpentes. Pode ser vista solitária, em casal ou pequeno grupo.
Seu ninho é construído em árvores de 4 a 5 metros, onde são colocados dois ovos que são chocados em alternância entre o macho e a fêmea, por aproximadamente um mês.
A plumagem com diferentes tons de cinza permite à seriema uma perfeita camuflagem na vegetação da Caatinga, caracterizada pelos caules acinzentados, principalmente no período seco, quando quase todas as plantas se encontram sem folhas.
Dessa forma, fica fácil passar despercebida aos olhos dos predadores. Além disso, trata-se de uma ave muito habilidosa; quando perseguida, pode atingir até 70 km/h antes de levantar voo.
Entretanto, a característica mais marcante desta ave é o canto que se assemelha muito a uma risada, podendo ser ouvido a mais de um quilômetro.
Essa sonorização é correlacionada através do conhecimento popular aos fenômenos meteorológicos, alimentando a crença de que, por exemplo, quando cantam no início da manhã é indicativo de dia muito quente ou, até mesmo, em outras ocasiões, seu canto pode ser interpretado como um sinal da chegada das chuvas.
No final da tarde, próximo ao anoitecer, as seriemas se deslocam para os locais de dormida que foram cuidadosamente selecionados, geralmente árvores de porte médio, secas ou com pouca folhagem, onde permanecem até o Sol nascer novamente.
Esta matéria, com texto e foto de Eduardo Henrique, resulta de uma parceria da revista Xapuri com a página Viva Caatinga no Facebook.